Presidente do PT, Gleisi tem mais reuniões com Lula no Planalto que maioria dos ministros

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Em 40 dias de governo, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, teve frequência semanal nas agendas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Palácio do Planalto, superando a maior parte dos ministros de Estado.

Dos 37 titulares de pastas na Esplanada dos Ministérios, 30 tiveram menos de cinco agendas com o presidente da República entre 1º de janeiro e 9 de fevereiro. Desses 30, nove não tiveram nenhuma reunião a sós com o chefe. O levantamento do Metrópoles foi feito com base nos registros da agenda de compromissos públicos diários divulgada pela Presidência da República.

Gleisi esteve com Lula no Planalto em cinco ocasiões, mostram os registros. Em uma delas, em 5 de janeiro, ela foi a duas reuniões com o presidente. A única semana em que a dirigente petista não marcou presença na sede do Executivo federal foi a atual.

Mesmo sem ministério, Gleisi segue como uma das principais auxiliares de Lula. A coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles, mostrou que a petista teve influência direta, por exemplo, na estratégia do presidente de criticar o Banco Central (BC) para pressionar a instituição a baixar a taxa de juros.

Nesse período de um mês e 10 dias, Lula se reuniu quase diariamente com os ditos ministros palacianos — que têm gabinete no Planalto: Alexandre Padilha, da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), e Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social (Secom). Foram 19 e 18 encontros com o presidente, respectivamente. Padilha é responsável por fazer um briefing diário ao presidente todas as manhãs, enquanto Pimenta trata da relação do mandatário com a imprensa.

Outro palaciano frequente na agenda lulista foi o ministro Rui Costa, chefe da Casa Civil, com 10 encontros registrados. Gleisi empata em número com dois ministros: Márcio Macêdo (Secretaria-Geral) e Fernando Haddad (Fazenda). Cada um apareceu cinco vezes no levantamento.

Alguns ministros ainda não tiveram reunião reservada com Lula no palácio, de acordo com os registros oficiais. É o caso, por exemplo, da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves.

Não foram considerados para o levantamento cerimônias nem reuniões ministeriais, como a de 6 de janeiro. Nos casos em que a mesma autoridade se reuniu mais de uma vez com o presidente em um mesmo dia, foi contabilizada apenas uma reunião.

Alguns dos compromissos podem não ter sido registrados na agenda presidencial. Lula passou o primeiro mês de governo hospedado em um hotel no centro de Brasília, enquanto o Palácio da Alvorada passava por reformas. Consideradas de caráter particular, as agendas dele no local não foram publicizadas.

Veja:

 

Gleisi é atualmente deputada federal pelo Paraná. Ela exerceu um mandato de senadora (entre 2011 e 2019) e foi ministra-chefe da Casa Civil no primeiro governo Dilma Rousseff (de 2011 a 2014).

Sem ministério

Após ter coordenado a articulação política na transição, Gleisi ficou fora da Esplanada no terceiro governo Lula para evitar uma disputa pela direção do PT. Lula disse que precisava dela no comando do partido, cargo que ela ocupa até o final de 2023.

“Eu disse para a Gleisi que ser presidente desse partido hoje é tão ou mais importante do que ser qualquer ministro. E ela vai ter muito trabalho. Certamente, mais trabalho que qualquer ministro, porque não é fácil ser presidenta de um partido como o PT”, explicou ele em dezembro.

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Há um acordo para que Gleisi vire ministra depois de encerrar sua passagem pela presidência do partido. O ministro Márcio Macêdo teria feito um acordo com ela para trocarem de posto.

A Secretaria-Geral é responsável pela burocracia do Palácio do Planalto e pela rotina e viagens do presidente, além de fazer a interlocução do governo com os movimentos sociais.

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