O “inverno cripto” de 2022 parece estar ficando para trás, pelo menos no que diz respeito ao bitcoin. Nas sete primeiras semanas deste ano, a moeda virtual avançou quase 50% e atingiu seu maior preço em seis meses, no patamar de quase US$ 25 mil, segundo dados do agregador CoinMarketCap.
Na quinta-feira (16/2), o bitcoin chegou à marca de US$ 24.895 (R$ 130,5 mil), o maior valor desde agosto do ano passado. Na quarta-feira (15/2), a criptomoeda já havia avançado 9,5%.
O movimento acompanha ações e outros ativos considerados de maior risco, que também sobem à medida que investidores aumentam sua confiança nas perspectivas econômicas e afastam preocupações sobre possíveis interferências regulatórias no setor.
Segundo William Noble, diretor de pesquisa do Emerging Assets Group e ex-analista do Goldman Sachs e do Morgan Stanley, o bitcoin pode voltar ao patamar de US$ 56 mil (R$ 293,5 mil) até o fim de 2023. No fim de 2020, Noble previu corretamente que a criptomoeda saltaria de US$ 20 mil para US$ 40 mil.
Antes de experimentar esse crescimento expressivo das últimas semanas, o bitcoin passou um longo período estacionado na faixa dos US$ 18 mil.
O índice de força relativa (RSI, na sigla em inglês), indicador de análise técnica usado por traders, indica o fim do período de baixa, comprovando que os investidores mais otimistas vêm prevalecendo sobre os mais receosos.
Melhor janeiro em uma década
Como noticiado pelo Metrópoles, o bitcoin registrou, no primeiro mês de 2023, seu melhor resultado para janeiro em uma década, desde 2013. A alta no mês passado foi de mais de 39%.
Há 10 anos, em janeiro de 2013, o crescimento foi de 54,5%. Janeiro de 2023 também foi o melhor mês do bitcoin desde outubro de 2021, quando houve alta de 40%.
O que explica a disparada do bitcoin
Segundo analistas consultados pelo Metrópoles, o arrefecimento da inflação nos EUA e a indicação de que, como consequência, a taxa básica de juros da economia americana pode cair em um futuro próximo, são alguns dos motivos que levam à valorização do bitcoin.
As criptomoedas, em geral, são consideradas ativos de maior risco do que investimentos em renda fixa, o que oferece oportunidade de maior retorno.
Projeções apontam que parte dos investidores destinam algo entre 1% e 10% de seu patrimônio para esses ativos de maior risco. Com a perspectiva de inflação menor e juros mais baixos nos EUA neste ano, os criptoativos se tornam mais atraentes. Afinal, juros mais baixos diminuem a rentabilidade da renda fixa, o que anima os investidores a serem mais arrojados.
A forte volatilidade no mercado, uma característica das criptomoedas, também explica a ascensão do bitcoin neste momento. Após períodos de grandes perdas, como ocorreu no fim do ano passado, a tendência é que esses ativos passem por ondas de forte valorização.
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