Crítica: “Extraordinário” aborda bullying com delicadeza

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    Paris Filmes/Divulgação

    Tudo está nos conformes na execução de “Extraordinário”, o lançamento cinematográfico bem intencionado da semana. O protagonista da película, baseada em livro homônimo, é Augie (Jacob Tremblay), um garoto que nasceu com uma síndrome rara que deixa deformações físicas no rosto. E também na alma.

    Para se proteger dos olhares maldosos, os pais do menino o educam em casa e o deixam usar um capacete de astronauta para pequenos passeios na rua. Esse “sigilo” só é quebrado quando Isabel (Julia Roberts) sente a necessidade de retomar os estudos interrompidos desde a gravidez do caçula e o matricula numa escola regular da vizinhança.

    Daí para frente, o filme se envolve numa narrativa sobre insegurança, aceitação e lições de respeito à diversidade em ambiente escolar. O que pode ser considerado um defeito é a singularidade que faz de Augie uma pessoa diferente entre todos os outros no colégio e também o torna um menino muito ligado a seu mundo interior e a sua fértil imaginação.

    Todas as lições possíveis sobre bullying entre crianças são narradas desde o ponto de vista de vários dos personagens próximos ao garoto. A decisão de usar a narrativa em primeira pessoa, presente desde o livro, mostra um panorama de visões sobre o problema. Mas é também uma alternativa que deixa a película um tanto quanto didática.

    Dirigida pelo diretor Stephen Chbosky, cineasta especializado em narrar histórias de protagonistas inadequados desde “As Vantagens de Ser Invisível” (2012), este título é especialmente interessante para explicar o tema para crianças pequenas.

    Mas sua narrativa múltipla e a ausência de um trato maior dado a questões mais complexas tornam o filme um tanto superficial. A atriz brasileira Sônia Braga (“Aquarius”) faz participação incidental como a avó da família.

    Avaliação: Regular

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