
“Harry Styles”, primeiro disco solo do cantor revelado no One Direction, é uma das mais agradáveis surpresas de 2017. O artista traz uma sonoridade que passa distante das músicas feitas para adolescentes. Está maduro, questiona o mundo e traz referências de (acredite se quiser) Bowie e Beatles.
A surpresa do disco não é tanto por Harry ter vindo de uma boy band bombada entre adolescentes. Justin Timberlake, após N’Sync, tornou-se um dos mais criativos popstars masculinos da atualidade. O impacto reside na maturidade e no som denso (em termos de cultura pop, é claro)
O single de trabalho “Sing Of The Times” é a síntese perfeita dessa nova fase. A essência pop está lá, com dose do que Bowie entregou de melhor em baladas românticas. É aquela música que fica na cabela, que vai fazer todo mundo cantar repetida vezes. Uma letra que reflete sobre perda, partidas. Bastante coisa para um artista de apenas 23 anos.
É impossível não notar a semelhança entre “Sweet Creature” e a clássica “Blackbird”, dos Beatles. Um flerte com o country e o folk. A letra de amor reflete esse novo momento de Styles: jovem, em busca de um futuro promissor.
Quem bebe em David Bowie não pode deixar de entregar um rock. Kiwi está aí para mostrar a atitude rebelde do todo tatuado popstar. É indie na veia, com gritos e guitarras nervosas. Parece exagerado, mas não é. Garanto.
Sem dúvidas, esse primeiro trabalho solo indica um futuro promissor. Mais do que isso. Evidência que o adolescente do Onde Direction ficou no passado. Daqui para frente tudo tende a melhorar.
Avaliação: Ótimo