Após publicar o badalado “Como Conversar com um Fascista” (2015), Márcia Tiburi, professora de filosofia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, volta às livrarias do país com o “Ridículo Político”. A nova obra ganha evento de lançamento, em Brasília, nesta quarta-feira (5/6) na Fnac do Park Shopping (Guará), às 19h30. Em papo com o Metrópoles, a escritora disparou críticas contra o presidente Michel Temer (PMDB).
Na obra de 2015, Tiburi apontava o diálogo como a melhor forma de lidar com “fascistas” da atualidade. No novo livro, a filósofa avança sobre o tema e aborda o uso do ridículo político como ferramenta de manutenção do poder, mesmo que isso possa parecer incoerente.
O livro é uma coletânea de ensaios, que, lidos do início ao fim, ajudam a explicar o conceito de “ridículo político”, categoria criada por Tiburi. “Na publicização da política, aquilo que nos causa vergonha acaba sendo um sucesso para a manutenção dos governantes no poder. O “papelão” se tornou o argumento central deles”, analisa.
Adolf Hitler e Benito Mussolini, na primeira metade do século 20, garantiram apoio popular com discursos de ódio, próximos ao grotesco. Atualmente, conforme avalia a autora, Donald Trump e Silvio Berlusconi utilizam-se de ferramentas similares. No cenário nacional, Michel Temer também faz proveito da técnica.
“Temer é o representante máximo do ridículo político. Sua governança é, no mínimo, um constrangimento nacional. Temos vergonha de ser brasileiros por causa do governo, mas o governo não tem vergonha de si”, ataca.
Ainda sobre a realidade nacional, o livro propõe reflexões acerca dos parlamentares. “Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e Tiririca (PR-SP) são grandes referências nacionais (do ridículo político) por discursos que não possuem qualquer bom senso”, critica.
Márcia elencou quatro momentos da política brasileira que evidenciam o ridículo político como meio de garantir a simpatia de eleitores. Confira:
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Apesar de ser um fenômeno mundial, a escritora entende que a ridicularização não se trata de uma degeneração natural do ser humano, mas o retrato dos sistemas econômico e social atuais. “O ridículo político vem à tona como um efeito necessário à política neoliberal, assumindo o contexto da sociedade do espetáculo”, coloca Tiburi.
O ridículo, na visão da autora, não tem ideologia: perpassa a esquerda e a direita. “É vital a presença de professores, filósofos e comunicadores para entender qual o papel que temos que assumir nesse momento, porém nos mantemos estarrecidos, imponentes. Não encontramos uma saída”, conclui.