Duas mulheres diagnosticadas com a superbactéria Klebsiella pneunoniae (KPC) estão internadas na neurologia do Hospital de Base do Distrito Federal. De acordo com a Secretaria de Saúde, elas adquiriram o micro-organismo em hospitais onde estavam internadas anteriormente.
A pasta afirmou não haver surto da bactéria e disse que as mulheres estão isoladas. Uma delas chegou ao hospital no dia 21 de novembro e a outra no dia 8 de dezembro. Resistente a antibióticos, o micro-organismo pode levar à morte.
No ano passado, caso notificados de pessoas infectadas pela KPC levaram a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a instituir normas de combate à bactéria.
Entre as medidas anunciadas estava a instalação de dispensadores de álcool em gel em todos os ambientes de atendimento nos hospitais e clínicas públicas e particulares.
Em 2009, de 1º de janeiro até o dia 15 de outubro, 18 pacientes morreram por conta da KPC no Distrito Federal. No mesmo período, foram registradas 183 pessoas portadoras da bactéria, das quais 46 tiveram infecção. A Secretaria de Saúde não informou o número total de casos do ano passado nem o registrado neste ano.
Como surge uma superbactéria
“Superbactéria” é um termo que vale não só para um organismo, mas para bactérias que desenvolvem resistência a grande parte dos antibióticos. Enzimas passam a ser produzidas pelas bactérias devido a mutações genéticas ao longo do tempo, que tornam grupos de bactérias comuns como a Klebsiella e a Escherichia resistentes a muitos medicamentos.
Outro mecanismo para desenvolvimento de superbactérias é a transmissão por plasmídeos. Plasmídeos são fragmentos do DNA que podem ser passados de bactéria a bactéria, mesmo entre espécies diferentes. Uma Klebsiella pode passar a uma Pseudomonas, e esta pode passar a uma terceira. Se o gene estiver incorporado no plasmídeo, ele pode passar de uma bactéria a outra sem a necessidade de reprodução.
No território nacional, além da KPC, circulam outras bactérias multirresistentes, como a SPM-1 (São Paulo metalo-beta-lactamase).
Remédios
Entre os remédios ineficazes estão as carbapenemas, uma das principais opções no combate aos organismos unicelulares. Remédios como as polimixinas e tigeciclinas ainda são eficientes contra esses organismos, mas são usados somente em casos de emergência, como infecções hospitalares.