Docente foi baleado na cabeça quando estava no chão, diz delegado

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    Júlio Cesar Barroso de Sousa, 41 anos, coordenador do Colégio Estadual Céu Azul, localizado em Valparaíso (GO), Entorno do DF, foi baleado na cabeça quando já estava no chão da escola. A informação é do delegado Rafael Abrão, titular do Grupo de Investigação de Homicídios (GIH) de Valparaíso. A tragédia ocorreu na tarde de terça-feira (30/04/2019), quando um aluno atacou o docente na instituição.

    L.R.L., estudante do 2º ano do ensino médio, é apontado como o autor dos disparos. Segundo testemunhas, ele teve uma discussão com uma professora pela manhã, voltou à tarde armado e disparou contra o educador, que teria apartado a confusão ocorrida mais cedo.

    “Quando ele sacou a arma, o coordenador tentou sair correndo e levou um tiro na cintura, por trás. Ele caiu no chão e o garoto deu um tiro na cabeça do coordenador”, afirmou o delegado, acrescentando que outros dois tiros foram disparados, mas a princípio não teriam atingido Júlio Cesar.

    Até a última atualização deste texto, o adolescente permanecia foragido. De acordo com o delegado Rafael Abrão, o menino não voltou pra casa depois de sair da escola e a mãe não tinha notícias dele. Ainda segundo Abrão, o suspeito tinha uma passagem por roubo, em 2017. Júlio Cesar era casado e tinha dois filhos.

    Matheus Garzon/Metrópoles

    A comunidade escolar se comoveu com a tragédia

     

    “Desespero”
    Um aluno do sétimo ano disse que estava no galpão ao lado da sala dos docentes na hora. “Bateu o sinal para a troca de professores. Eu estava na aula de educação física e ouvi os tiros.”

    Ainda de acordo com o rapaz, foram momentos de desespero. “A princípio, achei que era brincadeira, mas quando todos os professores correram para o galpão, vi que era sério”, contou.

    Outro aluno, do oitavo ano, diz ter visto o coordenador minutos antes do assassinato. “A gente estava na aula de matemática e ele passou para recolher nossos trabalhos. Gente boa, falava com todo mundo. Uma pena”, lamentou.

    Na hora do crime, ele estava no portão da escola. “Ninguém sabia direito o que aconteceu. Foi só uma correria. Os alunos não têm acesso ao portão de trás, então era muita gente para uma saída.”

    Por meio de nota, a Secretaria de Educação de Goiás informou que “uma equipe composta por psicólogo, assistentes sociais e integrantes da Superintendência de Segurança Escolar prestará apoio à comunidade e à família da vítima”.

    Preocupação em todo o país
    O caso ocorre pouco mais de um mês após o massacre na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano (SP), quando dois ex-alunos assassinaram oito pessoas e se mataram em seguida.

    Devido à tragédia, o Governo do Distrito Federal (GDF) decidiu, em 19 de março, reforçar a segurança nas escolas públicas, especialmente após uma série de ameças que unidades de ensino local passaram a receber.

    Em reunião com os secretários de Educação, Rafael Parente, e de Segurança, Anderson Torres, e a comandante-geral da Polícia Militar, coronel Sheyla Sampaio, o governador, Ibaneis Rocha (MDB), decidiu aumentar o contingente policial nas unidades de ensino.

    Além disso, serão intensificadas as rondas das equipes da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) em torno dos colégios.

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