Mito ou verdade: o chulé fica pior na adolescência?

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Pais e mães de adolescentes costumam repetir um “sermão” incessante para os filhos a respeito da necessidade de manterem os hábitos de higiene. Além de tomar banho, escovar os dentes, pentear o cabelo e usar desodorante, combater o chulé vira uma das questões do dia a dia nesta fase.

A dermatologista Natália Souza Medeiros, da Rede Santa Lúcia, explica que o mau cheiro nos pés – cientificamente conhecido como bromidrose plantar, não é exclusivo dos adolescentes mas, é nesta fase da vida que ele começa a aparecer. “O chulé é causado pela ação de bactérias sobre o suor. Nos nossos pés, o suor é oriundo das glândulas sudoríparas plantares. Na adolescência, devido a questões hormonais, a produção de suor se torna mais intensa e o chulé se manifesta”, explica.

O problema, entretanto, não está no suor em si – que é um líquido sem odor e composto basicamente por água e sais minerais, mas nas condições a que submetemos os nossos pés.

No dia-a-dia, ao usar sapatos e meias por grande parte do tempo, mesmo em dias quentes, a transpiração fica mais intensa e não há evaporação do suor. “A umidade presente nos calçados favorece a proliferação de bactérias e são elas que causam o mau cheiro”, afirma Natália.

A dermatologista Bárbara Uzel, da Clínica Inderma, explica que, para diminuir o cheiro, é preciso moderar o uso de sapatos fechados. Ela sugere que haja uma espécie de revezamento entre os calçados e que, quando um deles estiver descansando, que seja colocado em um local arejado para que a umidade possa se dissipar. “Adolescentes costumam usar apenas tênis e, as meninas, gostam daquelas sapatilhas sintéticas. O ideal é não repetir calçados para permitir que a umidade desapareça”, afirma.

Também é importante não colocar meias usadas no dia anterior e secar bem os pés após o banho”, afirma Bárbara. Ela sugere, inclusive, que se use um secador de cabelos para evitar umidade entre os dedos dos pés.

E o que fazer com calçados que parecem já estar “contaminados” pelo mau cheiro? Antes de tudo, é preciso lavá-los bem e não calçá-los enquanto não estejam completamente secos. “Se isso não for feito, o quadro de bromidrose volta mesmo”, relata Natália.

A indicação seguinte é aplicar aqueles talcos antitranspirantes específicos para os pés nos sapatos e, caso nem isso seja suficiente, borifar aqueles sprays anti-fungos e anti-bactérias à venda em farmácias. “Com cuidados locais, é possível minimizar o problema”, afirma Bárbara.

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