Sanfoneiros fazem caminhada no Sertão de PE para lembrar os 30 anos da morte de Luiz Gonzaga

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A primeira ‘ Sanfoneata’ percorreu as ruas do centro da cidade de Petrolina. O evento contou com a presença de quase 150 músicos. O Rei do Baião morreu no dia 2 de agosto de 1989.

Os 30 anos da morte do cantor Luiz Gonzaga foram lembrados de maneira especial em Petrolina, no Sertão de Pernambuco. Nesta sexta-feira (2), músicos de várias cidades da região se uniram para homenagear o Rei do Baião. Carregando o instrumento que ajudou a eternizar o artista pernambucano, os súditos do Velho Lua participaram da primeira ‘sanfoneata’, uma passeata embalada pelo som do forró, que percorreu as ruas do centro da cidade.

Sanfoneiros homenageiam Luiz Gonzaga em Petrolina — Foto: Emerson Rocha / G1 PetrolinaSanfoneiros homenageiam Luiz Gonzaga em Petrolina — Foto: Emerson Rocha / G1 Petrolina

Sanfoneiros homenageiam Luiz Gonzaga em Petrolina — Foto: Emerson Rocha / G1 Petrolina

A homenagem reuniu mulheres, homens e crianças, todos unidos pelo amor à sanfona e à obra de Luiz Gonzaga, que morreu no dia 2 de agosto de 1989, em um hospital de Recife, aos 76 anos. José Ednaldo Bahia, 64 anos, conta com orgulho que conheceu o Rei Baião quando era criança, em Exu, terra natal do cantor. Para ele, a homenagem ao artista, eleito o pernambucano do século 20, é mais do que merecida.

“Luiz Gonzaga era um cara muito bom. Era muito carinhoso com o cara. É uma homenagem merecida. Por Luiz Gonzaga o cara vai até o fim da vida”, afirma Bahia.

O pequeno Lázaro Vitor mostra o amor pela sanfona — Foto: Emerson Rocha / G1 PetrolinaO pequeno Lázaro Vitor mostra o amor pela sanfona — Foto: Emerson Rocha / G1 Petrolina

O pequeno Lázaro Vitor mostra o amor pela sanfona — Foto: Emerson Rocha / G1 Petrolina

As 11 anos de idade e pesando 32 kg, o pequeno Lázaro Vitor não se incomodou com os cerca de 6,5 kg da sanfona que carregava. Assim como os mais velho, o menino tem Luiz Gonzaga como principal inspiração. “Vim acompanhar essa homenagem. A sanfona é um instrumento muito bonito”, diz o garoto.

Da mesma forma que Luiz Gonzaga herdou a paixão pela sanfona do pai, Januário, a estudante Karoline Coelho, de 17 anos, se encantou pelo instrumento através de uma influência caseira. “Veio do meu pai, Pebinha do Forró, e do meu irmão. Desde pequena vejo eles tocar. Meu irmão começou com 6 anos e eu estou com 17, entrando na carreira com muita amor e essa paixão pela sanfona que é um belo instrumento. Venho participar dessa homenagem com muito prazer e muito amor”.

Karoline e o pai durante a Sanfoneata em Petrolina — Foto: Emerson Rocha / G1 PetrolinaKaroline e o pai durante a Sanfoneata em Petrolina — Foto: Emerson Rocha / G1 Petrolina

Karoline e o pai durante a Sanfoneata em Petrolina — Foto: Emerson Rocha / G1 Petrolina

Pesquisador da vida e da obra de Luiz Gonzaga, o jornalista Ney Vital destaca que a participação de sanfoneiros de diversas idades e origens mostra que a obra do Rei do Baião é eterna. “Nesse momento que Petrolina e o Vale do São Francisco conseguem reunir mais de 150 sanfoneiros de diversas partes do Brasil, isso prova que Luiz Gonzaga continua vivo e sendo a maior representatividade da música brasileira”, diz.

A homenagem foi encerrada às margens do rio São Francisco. Para o idealizador do evento, Luiz Rosa, o encontro de sanfoneiros reforça a importância do Rei do Baião para a cultura brasileira e o povo sertanejo. “Luiz Gonzaga é uma inspiração para todos nós. Ele continua vivo”, afirma.

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