Dona de lanchonete que recebe salário de assessora parlamentar sem trabalhar é investigada pela polícia

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Segundo a polícia, mulher recebe salário de R$ 2.388 como assessora parlamentar há três anos. Celular e documentos da investigada foram apreendidos após buscas na casa e no comércio dela.

Polícia esteve na casa e no comércio da investigada, em Araguaína — Foto: Divulgação/Polícia Civil

Polícia esteve na casa e no comércio da investigada, em Araguaína — Foto: Divulgação/Polícia Civil Uma moradora de Araguaína, de 45 anos, está sendo investigada pela Polícia Civil na operação Catarse, que investiga a existência de funcionários fantasmas no governo do estado do Tocantins. Segundo a Polícia Civil, a mulher, que é dona de uma lanchonete, recebe salários como assessora parlamentar há três anos, mas nunca prestou esse tipo de serviço.

Nesta quinta-feira (8) a Polícia Civil cumpriu mandado de busca e apreensão na casa e no comércio dela em Araguaína, na região norte do Tocantins.

Segundo a polícia, a microempreendedora está lotada desde maio de 2016 no gabinete da deputada estadual Valderez Castelo Branco (PP). As investigações apontam que a investigada recebe salário mensal de R$ 2.388 como se tivesse prestando serviços de assessora parlamentar, mas nunca esteve no local e nem participou de nenhum ato no gabinete da política.

Durante as buscas, o celular da mulher e documentos, que comprovariam que a suspeita desempenha outra atividade incompatível com o serviço público, foram apreendidos. Ela foi levada para prestar depoimento, mas não preferiu ficar em silêncio.

O inquérito policial terá continuidade e a mulher vai responder o processo em liberdade. Ela pode responder pelo crime de peculato.

Operação Catarse

A Operação Catarse é uma força-tarefa de várias delegacias do estado para investigar danos ao erário público. As investigações começaram após denúncias de funcionários fantasmas do governo do Estado em Araguaína, norte do Tocantins, em dezembro de 2018.

Depois, mandados foram cumpridos na Secretaria-geral de Governo, no Palácio Araguaia, onde os agentes encontraram indícios de que 300 funcionários estariam recebendo sem trabalhar. Essa fase da operação inclusive foi alvo de críticas do próprio secretário de segurança pública.

Outro desdobramento ocorreu na Câmara de Vereadores de Porto Nacional, quando foram cumpridos mandados contra fraudes em licitações. Essa fase foi chamada de Negócios de Família. A suspeita é de que o grupo teria desviado R$ 700 mil.

Gabinetes de deputados também já foram alvo da operação Catarse. Três funcionários da Assembleia Legislativa chegaram a ser presos preventivamente. Neste caso, a suspeita é de que assessores parlamentares tinham que devolver a maior parte do salário para pessoas ligadas aos parlamentares.

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