O presidente da Argentina, Mauricio Macri (foto em destaque), reconheceu a derrota nas eleições primárias no país para o kirchnerista Alberto Fernández e disse que “doeu” não ter obtido todo o apoio que esperava no pleito. Às 0h22 (de Brasília), com 88,17% das urnas apuradas e 75,86% de comparecimento dos eleitores, o opositor havia conquistado 47,34% dos votos, enquanto a coalizão de Macri aparecia com 32,25% do total.
Apesar da derrota, Macri disse que “seguirá em frente” e, de acordo com a agência estatal Telám, afirmou ser “muito importante que todos continuemos a dialogar neste país e que expliquemos ao mundo o que queremos”. O presidente assegurou que fará o que estiver ao seu alcance para seguir conduzindo a Argentina e criticou a oposição. “Dói em minha alma ver que tantos argentinos acreditam que a alternativa é retornar ao passado”, disse, referindo-se ao kirchnerismo. A candidata a vice-presidente na chapa encabeçada por Fernández é a ex-presidente argentina Cristina Kirchner (2007-2015).
Fernández, por sua vez, afirmou que tinha “certeza” que a Argentina daria espaço a ele para “acabar com a atual era e construir outra história”. “Aqueles que estão inquietos, que se tranquilizem. A Argentina é um país em que o conceito de vingança e de racha chegou ao fim hoje”, comentou o candidato à presidência pela coalizão Frente de Todos, em discurso após a divulgação dos resultados.
As eleições prévias na Argentina servem como uma pesquisa eleitoral do primeiro turno no país, programado para ocorrer em 27 de outubro. Pelas normas da eleição argentina, há chance de o pleito ser definido já no primeiro turno. Se a chapa mais votada obtiver 40% dos votos úteis e dez pontos porcentuais a mais que a coalizão segunda colocada, será eleita. Outro cenário para que a eleição presidencial acabe já no primeiro turno é o de a chapa que ficar em primeiro lugar obtiver 45% dos votos mais um.