Brasil joga mal, perde chances e é derrotado pelo Peru

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A derrota foi histórica para o Brasil, pois a seleção não era superada pelos peruanos em uma partida desde a Copa América Centenário de 2016. Crédito da foto: Mark Ralston / AFP

Em um jogo no qual Tite só utilizou Neymar a partir dos 17 minutos do segundo tempo, a seleção brasileira decepcionou, no início da madrugada desta quarta-feira (no horário de Brasília), ao ser derrotada pelo Peru por 1 a 0, em Los Angeles, em seu segundo amistoso após a conquista do título da Copa América, no mês passado.

O time nacional vinha de um empate por 2 a 2 com a Colômbia, em Miami, também em solo norte-americano, e agora amargou um resultado ainda pior. Para completar, levou uma espécie de troco dos peruanos, derrotados por 3 a 1 na decisão do torneio continental, no Maracanã, e goleados por 5 a 0 pelos brasileiros na primeira fase da competição, em São Paulo.

E a derrota foi histórica para o Brasil, pois a seleção não era superada pelos peruanos em uma partida desde a Copa América Centenário de 2016, no revés que provocou a eliminação dos brasileiros do torneio e também a demissão do técnico Dunga, posteriormente substituído por Tite. No mais, o Brasil só perdeu para o rival em outras três ocasiões em todo o histórico de confrontos entre as seleções.

O jogo

Sem Neymar entre os 11 titulares, depois de Tite ter deixado o atacante em campo durante todo o amistoso contra a Colômbia na última sexta-feira, em Miami, onde o astro atuou depois de três meses sem disputar uma partida, a seleção brasileira foi escalada com um trio ofensivo formado por David Neres, Firmino e Richarlison.

Com Neres pela esquerda, Richarlison pela direita e Firmino mais centralizado, o Brasil tinha um meio-campo apenas com Philippe Coutinho como um autêntico armador para municiar os homens de frente, enquanto os volantes Casemiro e Allan ficavam mais atrás na proteção da zaga. Desentrosada, essa formação sofria para engrenar e viu o Peru criar as primeiras melhores oportunidades ofensivas. Aos 13 minutos, o Brasil levou um susto inicial após Tapia cabecear por cima do gol de Ederson após cobrança de escanteio de Abram.

E a seleção brasileira só foi conseguiu produzir a sua primeira grande chance de marcar aos 19 minutos, quando Firmino recebeu bom passe pela direita e ajeitou para David Neres ficar na cara do gol e chegar a driblar o goleiro Gallese. Porém, na hora de completar para o gol vazio, o atacante do Ajax foi travado por Advíncula. Mesmo que incompleta, essa foi a primeira finalização brasileira no jogo.

Do outro lado, a seleção peruana voltaria a chegar ao ataque com perigo aos 22 minutos, quando a zaga brasileira afastou mal um cruzamento e a bola sobrou para Flores. O atacante finalizou e obrigou Ederson a espalmar para escanteio.

O conjunto brasileiro não ajudava, mas Richarlison quase abriu o placar aos 24 após tabelar com Firmino, levar sorte ao ver a bola passar entre as pernas de um defensor e chutar forte. A bola passou perto da trave direita de Gallese. E o goleiro só praticaria a sua primeira defesa no jogo aos 43 minutos, quando espalmou para fora uma nova finalização do mesmo Richarlison, que ainda voltaria a desperdiçar uma nova oportunidade de marcar nos acréscimos, aos 48.

Mesmo com a fraca atuação do Brasil no primeiro tempo, Tite resolveu mandar a seleção a campo para o segundo tempo sem alterações. Apesar disso, o time nacional criou duas ótimas chances de abrir o placar no início da etapa final. E de novo não soube aproveitá-las. Primeiro aos 4 minutos, quando Richarlison fez boa jogada e deu belo passe para Allan. O volante, na cara do gol, chutou para a bola bater em Gallese, rebater no brasileiro e sair para a linha de fundo.

E o goleiro peruano voltaria a aparecer com destaque aos 8, quando Firmino, em nova jogada em que atuou como um pivô na frente, ajeitou a bola após lançamento de Marquinhos para Coutinho, que soltou forte chute de fora da área. A finalização foi parada por Gallese, que até machucou o dedão da mão direita. E o mesmo Coutinho parou em nova intervenção do arqueiro em chute rasteiro cruzado.

Neymar entra

Como o gol não saía, Tite resolveu sacar dois jogadores de uma vez só, tirando Firmino e David Neres e promovendo as entradas de Neymar e Lucas Paquetá, aos 17 minutos. E pouco depois, em uma trauma que envolveu os dois jogadores e envolveu Coutinho, o meia do Milan finalizou por cima do gol, aos 19. E Richarlison, o mais efetivo brasileiro no ataque, fez o mesmo em outro arremate aos 20.

O time brasileiro continuava em uma noite infeliz e Tite resolveu colocar o time de vez no ataque ao sacar Coutinho e colocar Bruno Henrique, assim como tirou Richarlison e pôs Vinicius Junior, que fez neste duelo a sua estreia pela seleção principal do Brasil. Porém, quem acabou achando o caminho do gol foi o Peru, aos 39 minutos. Yotún cobrou falta pela direita, Ederson saiu mal de sua meta e Abram se antecipou para cabecear para as redes.

O Brasil, desorganizado e desentrosado, tentou buscar o empate no fim e Vinicius Junior apareceu com perigo por uma vez na frente, mas não conseguiu finalizar, enquanto Neymar reclamou da não marcação de um pênalti sobre ele, mas o Brasil não fez por merecer a igualdade no placar e acabou caindo diante do Peru em Los Angeles.

Ficha técnica

BRASIL – Ederson; Fagner, Marquinhos, Éder Militão e Alex Sandro; Casemiro (Fabinho), Allan e Philippe Coutinho (Bruno Henrique); David Neres (Lucas Paquetá), Firmino (Neymar) e Richarlison (Vinicius Junior). Técnico: Tite.

PERU – Gallese; Advíncula, Zambrano (Santamaría), Abram e Trauco; Tapia, Aquino (Christofer Gonzáles), Yotún, Gabriel Costa (Cueva) e Flores (Carrillo); Ruidíaz (Reina). Técnico: Ricardo Gareca.

GOL – Abram, aos 39 minutos do segundo tempo.

ÁRBITRO – Jair Marrufo (EUA).

CARTÕES AMARELOS – Alex Sandro (Brasil); Aquino (Peru).

PÚBLICO – 32.287 torcedores.

RENDA – Não divulgada.

LOCAL – LA Memorial Coliseum, em Los Angeles (EUA).

(Estadão Conteúdo)

 

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