Se você já tentou encontrar alguém no meio de um show, como no Rock’n Rio, sabe que isso é quase virtualmente impossível. Em um tempo de Google Maps e tantos outros aplicativos de geolocalização, seria possível achar alguém no meio do nada?
Sim. Três palavras escolhidas aleatoriamente marcam a localização exata de 53 trilhões de quadrados, medindo 3mx 3m, em qualquer ponto do planeta. A ideia, de uma simplicidade ímpar, surgiu da infância do fundador da empresa What3Words, Chris Sheldrick, que cresceu na zona rural de Hertfordshire, Inglaterra.
“Nosso código postal não apontava diretamente para a nossa casa. Acabamos nos acostumando a receber cartas de outras pessoas, ou ter que ficar na estrada acenando para o carteiro”, lembra ele. Depois de dez anos na indústria da música lidando com bandas perdidas em estádios, ele teve a ideia de comprimir a numeração de longitude e latitude (16 dígitos) em algo simples até para uma criança ler. Junto com um matemático, descobriu que 40 mil palavras seriam suficientes para nomear cada lugar do mundo.
O uso é fácil: basta digitar o localizador de três palavras e o app leva o usuário até o lugar desejado. Para fazer o caminho inverso, inserir o nome do lugar onde se quer ir e achar as três palavras é suficiente. O aplicativo é gratuito (a empresa fatura licenciando o código que transforma o localizador em coordenadas geográficas lidas por navegadores de carros).
O What3Words já é usado para orientar drones da Amazon a deixar encomendas na varanda de trás e não na escada da frente de casa. Forças policiais e serviços de emergência do Reino Unido também começaram a usar o aplicativo em salvamentos. Nas Filipinas, a Cruz Vermelha é usuária do serviço.