Um homem que realizava atendimento médico em Sorocaba teve seu registro profissional cancelado pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp). André Eduardo Pereira da Silva, segundo o órgão, não tinha especialidade registrada.
Segundo o Cremesp ele teria forjado a aprovação no Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior Estrangeiras (Revalida).
O caso foi encaminhado, através de ofício, para a Delegacia Seccional de Sorocaba, que deve iniciar as investigações nos próximos dias. Nem o profissional e nem seu advogado foram localizados para comentar a acusação. Não foi divulgado em qual clínica, consultório ou hospital ele atuava.
Silva, segundo o Cremesp, é formado na Bolívia, pela Universidad de Aquino Bolívia (Udabol). Além dele, outros duas pessoas tiveram o registro cancelado.
São eles Auriliana Maria Pires de Toledo e José Roberto Spin de Toledo, que estudaram na Universidad Politécnica y Artística del Paraguay (UPAP) e exerciam ilegalmente a medicina no município paulista de Iacri, a 530 km da Capital.
Ainda de acordo com o Cremesp, os profissionais apresentaram falso documento de aprovação no Revalida e assim os três conseguiram certificar o diploma junto à Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
A fraude foi descoberta pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), que comunicou o Cremesp sobre a adulteração dos documentos de aprovação. No Brasil, ao todo, foram dez casos detectados.
Segundo Ângelo Vattimo, primeiro secretário e conselheiro do Cremesp, todos os casos foram denunciados à Polícia Civil. Ele conta que antes de emitir o registro profissional de quem se forma no exterior, o órgão analisa a documentação junto à universidade estrangeira.
Além disso, lembra, a validade do diploma estrangeiro junto à instituição de ensino brasileira credenciada, no caso a UFRN, também é consultada para certificação de autenticidade. “Após sermos notificados pelo Inep sobre a falsa aprovação desses graduandos no Revalida cancelamos, de imediato, seus registros profissionais e excluímos as informações desses indivíduos do nosso sistema. Também os denunciamos por exercício ilegal da medicina”, comenta.
O Cremesp, segundo o conselheiro, vem atuando para fortalecer o Revalida e impedir que o processo de revalidação de diplomas médicos estrangeiros seja flexibilizado. Ele afirma que a maior preocupação do órgão é com a segurança do paciente e alerta que casos como o que envolve o profissional sorocabano estão se tornando cada vez mais comuns. (Larissa Pessoa)
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