Uma carta usada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) a fim de reforçar a tese de relacionamento ruim entre Adriana Villela e a mãe, Maria Villela, 69 anos, mostra a advogada se queixando com a filha. “A nossa paciência se esgotou”, começa assim o texto, datado de 15 de setembro de 2006, quase três anos antes do assassinato da advogada, do marido dela, o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), José Guilherme Villela, 73, e da empregada do casal, Francisca Nascimento da Silva, 58. O triplo homicídio ocorrem em 28 de agosto de 2009.
Adriana é acusada de ser a mandante do triplo homicídio e, desde segunda-feira (23/09/2019), é julgada pelo Tribunal do Júri de Brasília. A defesa, por outro lado, insiste que o relacionamento entre pais e filha era normal e sustenta haver outras correspondências como prova. De acordo com os advogados, os textos serão apresentados em momento oportuno do julgamento.
Na carta, apresentada nos autos pela acusação, Maria mostra-se descontente com a filha. “Estamos cansados dos seus destemperos. Se você sofre de agressividade compulsiva, procure um tratamento adequado, porque isso está lhe fazendo muito mal”, escreveu. “Há alguma coisa errada com você. Quem se dirige dessa maneira aos pais, não merece ser tido como um filho”, afirmou.
Maria disse, ainda, ter dado à filha “muitas oportunidades” que Adriana não soube aproveitar e declarou estar arrependida “da maior parte das coisas que fiz por você”.
Leia à íntegra da carta:
Testemunha rebate
A primeira testemunha da defesa que reforça a tese de que Adriana e Maria não tinham relacionamento ruim é a empresária Rosa Masuad Marcelo, 79 anos, ouvida nesta quarta-feira (25/09/2019). Ela contou ter sido amiga de Maria por 34 anos.
Rosa acredita na inocência da acusada. “Não é possível que a Adriana fosse uma pessoa tão má e fria. A Maria gostava muito dela”, declarou. Durante o depoimento da amiga da mãe, Adriana chorou. A empresária disse, ainda, que a arquiteta a procurou após os assassinatos. “Ela chorava muito e eu também. A gente rezava, fazia oração”.
Outras testemunhas arroladas pelos advogados da arquiteta ainda responderão aos questionamentos em frente aos sete jurados que decidirão o futuro de Adriana.
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