Um norte-americano de 39 anos foi esfaqueado na noite da última segunda-feira (23/12/2019), no setor P Norte, em Ceilândia. O estrangeiro está hospedado na casa de uma amiga e tinha saído para ir a um bar nas imediações antes de ser esfaqueado. Ainda não se sabe se ele reagiu a um assalto ou se esteve envolvido em uma briga.
A 19ª Delegacia de Polícia apura o caso, mas ainda não há informações sobre os autores. O fato de a vítima não saber se comunicar em português dificultou a coleta do depoimento e a identificação de eventuais suspeitos.
Durante o registro da ocorrência, na data do crime, o homem tentou relatar o que houve em português, mas não era compreendido pelos agentes. No momento em que estava sendo atendido, nenhum agente era fluente em inglês. Três dias depois, o americano retornou à delegacia para ser interrogado pelo delegado-chefe adjunto da 19ª DP, Sérgio Bautzer.
Durante a entrevista, feita em inglês, a vítima descreveu um dos suspeitos que o espancou ao delegado, para que a polícia pudesse traçar o retrato falado do agressor. O suspeito, conforme o relato, tinha cabelos curtos e luzes, pele morena e dois cortes nas sobrancelhas. Pelo menos outras três pessoas teriam participado da agressão que resultou no esfaqueamento, mas a vítima não soube descrevê-las.
Conforme o depoimento de uma pessoa próxima ao estrangeiro, ele sempre teve uma boa impressão do povo brasileiro e não sabe distinguir quem estava mal-intencionado.
Saga em busca de atendimento
Após ser atacado, o americano seguiu com uma amiga para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ceilândia, mas não foi atendido, segundo a acompanhante, porque funcionários alegaram falta de insumos. Os dois, então, seguiram num carro de aplicativo até o HRC, onde também não foram atendidos pois faltava luz no momento e a unidade funcionava com geradores. Foi apenas após se dirigir ao Hospital Regional de Taguatinga (HRT) que a vítima conseguiu ser socorrida.
No HRT, ele tomou vacinas e recebeu a profilaxia para evitar infecções.
“Eu o ouvi, encaminhei para o retrato- falado e a próxima diligência é mostrar para ele o banco de fotos da delegacia para ver se ele reconhece alguém. Levamos ele lá, refizemos todo o trajeto com ele, vimos se têm câmeras e estamos esperando o exame de corpo de delito para avaliar a gravidade das lesões. A gente está tentando descobrir o motivo das agressões”, disse Bautzer.