Enviado especial a Miami – O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi recebido na noite deste sábado (07/03) pelo presidente norte-americano Donald Trump para um jantar, no quarto encontro privado que eles têm desde que o ex-capitão chegou ao poder no Brasil. O local escolhido é o resort Mar-a-lago, que desde 1985 pertence à família de Trump. Na chegada, o anfitrião fez afagos ao colega brasileiro: “Ele [Bolsonaro] está fazendo um ótimo trabalho. O Brasil ama ele e os Estados Unidos amam ele”.
À mesa do jantar, acompanharam Trump e Bolsonaro o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, o chanceler Ernesto Araújo, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva. No menu, mais elogios ao brasileiro por parte do norte-americano: “Ele é um homem sensacional”.
Assista ao momento em que Trump recepciona Bolsonaro:
Da cobertura do jantar, participaram, além do Metrópoles, os jornais O Globo e Estadão; as agências Reuters, Bloomberg e EBC; as TVs Globo, Band, Record e SBT; a rádio Jovem Pan; e a BBC Brasil. A Folha de S.Paulo ficou de fora do evento por determinação do Palácio do Planalto.
Agenda
Bolsonaro cumpre agenda de 4 dias nos Estados Unidos, onde pretende ampliar o comércio entre os dois países, assinar acordos na área de defesa e desenhar, nos moldes sugeridos por Trump, o que eles chamam de “solução” para o impasse na Venezuela. O país convive com a ditadura de Nicolas Maduro, de um lado, e com o autointitulado presidente do país, Juan Guaidó – aliado dos Estados Unidos -, do outro.
O último encontro de Jair Bolsonaro com o mandatário norte-americano, Donald Trump, ocorreu durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York, em setembro de 2019. Antes, eles haviam se reunido no encontro do G20 – que reúne as principais potências do planeta, ocorrido em Osaka no mês de junho e na visita oficial a Washington, em março.
Mar-a-lago
Mar-a-lago, onde o encontro foi realizado, é uma residência histórica, construída entre 1922 e 1927, e conta com mais de 100 quartos, spa e restaurantes. A entrada é apenas para sócios e convidados.
A equipe de reportagem que acompanhou os presidentes ficou do lado de fora do resort.
Indústria de defesa
Um dos objetivos da ida de Bolsonaro aos EUA é a abertura do mercado norte-americano de compra de armas para o Brasil. Nesta semana, o governo aprovou acordo, conhecido por RDT&E (sigla inglesa para pesquisa, desenvolvimento, testes e avaliação), que será assinado no decorrer da visita do chefe do Executivo a Miami.
O Congresso ainda precisa ratificar o texto. Caso avance, o Brasil poderá ter acesso a um mercado imenso para venda de armas. O gasto militar dos EUA concentra aproximadamente 40% do total global. O principal fundo norte-americano da área de defesa somou US$ 96 bilhões no ano passado.
As exportações de produtos militares do Brasil em 2019 tiveram avanço significativo, fechando o ano com cerca de R$ 5,5 bilhões, alta de quase 30%.
Como o acordo prevê contrapartes dos dois lados, o encontro com Trump pode servir, também, para avançar em projetos considerados estratégicos para o país, como a produção de um submarino de propulsão nuclear para guardar a costa brasileira, que está entre as maiores do mundo.
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