Gdf Regulamenta uso da cloroquina para tratar pacientes graves com Covid-19

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Governo do Distrito Federal segue orientações do Ministério da Saúde. Organização Mundial de Saúde afirma que ‘nenhum produto farmacêutico se mostrou seguro e eficaz’ para tratar coronavírus.

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal regulamentou, nesta segunda-feira (13), o uso da cloroquina em pacientes infectados pelo novo coronavírus. A pasta segue nota técnica do Ministério da Saúde, que restringe o tratamento com a substância apenas entre pessoas em estado grave.

O uso da cloroquina foi autorizado pelo Ministério da Saúde, no dia 27 de março. Em nota, a pasta informou que o tratamento deve ser aplicado apenas “em pacientes hospitalizados, sem que outras medidas de suporte sejam preteridas em seu favor”.

De acordo com o documento do governo federal, “não existe outro tratamento específico eficaz disponível até o momento”.

Já a Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que, “até agora, nenhum produto farmacêutico se mostrou seguro e eficaz para tratar a Covid-19”.

“Importante ressaltar que há dezenas de estudos clínicos nacionais e internacionais em andamento, avaliando a eficácia e segurança de cloroquina/hidroxicloroquina para infecção por Covid-19, bem como outros medicamentos, e, portanto, essa medida poderá ser modificada a qualquer momento”, diz trecho da nota técnica do ministério.

O mais recente boletim da Secretaria de Saúde, publicado nesta segunda-feira, aponta que há 641 pessoas com coronavírus na capital. Destas, 54 estão internadas (saiba mais abaixo).

Como a cloroquina será usada no DF?

Conforme portaria publicada pela Secretaria de Saúde, a pasta vai distribuir, inicialmente, 36 cartelas de comprimidos (blisters) no DF. Segundo o Ministério da Saúde, cada paciente deverá receber duas cartelas para o tratamento.

A distribuição dos cartelas foi dividida em três categorias de hospitais:

  • 20 cartelas, suficientes para 10 tratamentos – Hospitais com Leitos de UTI dedicados aos pacientes infectados por Covid-19
  • 10 cartelas, suficientes para 5 tratamentos – Demais hospitais da rede pública com leitos de UTI
  • 6 cartelas, suficientes para 3 tratamentos – Hospitais privados, além de instituições públicas não pertencentes à Secretaria de Saúde (como o Hospital Universitário de Brasília – HUB )

A reposição do estoque será feita com base em solicitação, que deve considerar critérios de gravidade do paciente. Entre as justificativas que autorizam o uso da cloroquina estão falência respiratória, disfunção de múltiplos órgãos e insuficiência renal ou insuficiência hepática.

Casos graves na capital

Novo coronavírus tem infectado centenas de milhares de pessoas ao redor do mundo — Foto: Reprodução/Getty ImagesNovo coronavírus tem infectado centenas de milhares de pessoas ao redor do mundo — Foto: Reprodução/Getty Images

Novo coronavírus tem infectado centenas de milhares de pessoas ao redor do mundo — Foto: Reprodução/Getty Images

De acordo com dados da Secretaria de Saúde, até as 17h desta segunda-feira (13), o DF tinha 641 casos registrados de Covid-19. Destes, 30 estavam internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI’s) e 24 em enfermarias.

A capacidade inicial de tratamentos com cloroquina, de 18 ao total, corresponde a 60% dos pacientes em UTI.

Como a cloroquina age no corpo?

De acordo com pesquisadora da UnB, Flávia Dias Xavier, que estuda a ação da cloroquina e hidroxicloroquina no tratamento contra a Covid-19, a substância tem como um dos principais efeitos impedir a proliferação do vírus no organismo.

“É uma das substâncias que bloqueiam a entrada do vírus na célula e impedem o transporte intracelular do vírus”, explica.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que o uso da cloroquina combinado com um antibiótico é uma das quatro combinações de medicamentos que estão em fase de testes em 74 países. Os resultados são monitorados pela organização.

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