
A pandemia do novo coronavírus está em uma fase crítica na América Latina, com números recorde de mortes no Brasil e um aumento agudo de casos no Chile, enquanto várias cidades europeias avançam na suspensão do confinamento.
À medida que o coronavírus cede na Europa — onde causou 160 mil mortes — e as autoridades apresentam um plano para as férias de verão no hemisfério norte, a curva de contágios dispara na América Latina e ameaça colapsar os serviços sanitários.
Em um momento em que o número de mortos no mundo alcança os 302 mil, a Organização Mundial da Saúde (OMS) advertiu que é possível que o vírus nunca desapareça.
Nas últimas 24 horas foram contabilizadas 844 novas mortes no Brasil pela pandemia, que já matou 13.993 pessoas no País. O Brasil contabiliza 202.918 casos, o país mais atingido da região, pois acumula quase metade do número de contágios da América Latina e do Caribe, que na quarta-feira passou dos 400 mil.
O Peru segue o Brasil, com 76.306 contágios e 2.169 falecidos, e o México, com 38.324 casos e 3.926 mortos.
Na terça-feira, a Organização Pan-americana da Saúde (OPAS) advertiu que os sistemas de saúde do Rio de janeiro e de Lima estão “no limite” e médicos e enfermeiros protestaram em várias cidades peruanas para denunciar a falta de itens de proteção.
No Chile, as autoridades decretaram quarentena total em Santiago, depois que foram registradas, na quarta-feira, 11 novas mortes e 2.660 casos da Covid-19 em 24 horas, 60% a mais do que no dia anterior. O país tem 34.381 contagiados e 346 falecidos.
O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, anunciou que 269 municípios em 15 dos 32 estados mexicanos, que apresentam muito poucos casos positivos, retomarão as atividades de trabalho e vão retomar as aulas a partir de 18 de maio.
Em um momento em que empresas e governo buscam freneticamente uma cura e uma vacina contra o coronavírus, a Bolívia se aventurou a autorizar um medicamento antiparasitário, frequentemente utilizado em animais, para tratar o vírus.
Salvar férias
Enquanto o movimento voltava pouco a pouco às ruas e aos comércios da Europa, a Comissão Europeia urgiu na quarta-feira um retorno progressivo do turismo, com a suspensão gradual das restrições de circulação devido ao novo coronavírus, com o objetivo de salvar a temporada de verão. “Não vai ser um verão normal, mas se todos cumprirmos com a nossa parte, não temos que enfrentar um verão presos em casa ou totalmente perdido para a indústria do turismo”, afirmou Margrethe Vestager, vice-presidente da Comissão.
Bruxelas propôs aos 27 países da União Europeia (UE) uma abordagem coordenada para suspender as restrições nas fronteiras, que seja “gradual” e “sem discriminação” entre países ou cidadãos.
É que o turismo representa mais de 10% do PIB da UE e quase 12% dos empregos no bloco, lembrou o Fundo Monetário Internacional (FMI). Áustria e Alemanha já anunciaram que preveem restabelecer a partir de 15 de junho a livre circulação em sua fronteira comum, fechada desde meados de março. (AFP)
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