A decisão ocorre após a prisão do secretário da pasta, Francisco Araújo, durante operação deflagrada pelo Ministério Público
Governo do Distrito Federal afastou, temporariamente, o alto escalão da Secretaria de Saúde do DF. A decisão, publicada em edição extra do Diário Oficial desta terça-feira (25/8), ocorre após a prisão do titular da pasta, Francisco Araújo (foto em destaque), durante operação deflagrada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Osnei Okumoto, que já ocupou o posto e estava na chefia do Hemocentro, assume como secretário interino da Saúde.
O governador Ibaneis Rocha (MDB) se manifestou sobre a operação. “No momento em que declaro irrestrita confiança no Poder Judiciário, venho a público lamentar a desnecessária operação. O secretário de Saúde, Francisco Araújo, e sua equipe sempre estiveram à disposição das autoridades para esclarecer quaisquer fatos”, disse o chefe do Executivo, por meio de nota.
A ação é coordenada pela Assessoria Criminal, com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MPDFT, e cumpre sete mandados de prisão e 44 de busca e apreensão. Entre os alvos, Iohan Andrade Struck não foi localizado.
A cúpula da Saúde foi presa durante desdobramento da primeira fase da Operação Falso Negativo, que ocorreu em julho, no DF e em sete estados: Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Bahia e Espírito Santo.
As prisões foram decretadas pelo desembargador Humberto Adjuto, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), por causa da prerrogativa de foro. O magistrado é o mesmo que, na gestão passada, afastou a Mesa Diretora da Câmara Legislativa do DF (CLDF), na Operação Drácon.
Os mandados de busca são cumpridos em oito estados, onde estão as empresas fornecedoras dos testes. São eles: Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Santa Catarina, Mato Grosso, Espírito Santo e Rio Grande do Sul.
A Ordem dos Advogados do Brasil no DF (OAB-DF) disse que acompanha a segunda fase da Operação Falso Negativo. “Caso venham a ser confirmadas as suspeitas, considera prioritária a desarticulação do esquema, sobretudo, em meio ao dramático cenário de pandemia que vivemos”, destacou.
Em nota, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES/DF) informa que colabora com as investigações do Ministério Público. Além do fornecimento “de todos os documentos necessários”, o órgão afirma que fornece acesso online para os investigadores aos processos de compras e contratos da pasta, bem como realiza reuniões semanais com os membro do MP para “esclarecer dúvidas, acatar recomendações e aprimorar os mecanismos de transparência dos atos e ações” da Secretaria.