Futuro da greve dos Correios pode ser definido hoje

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Futuro da greve dos Correios pode ser definido hoje
Os Correios informam que a adesão à greve é baixa entre os funcionários. Crédito da foto: Vinícius Fonseca (10/9/2020)

Com as atividades dos Correios parcialmente paralisadas há 24 dias, o futuro da greve geral dos funcionários da estatal brasileira pode ser definido hoje (11) durante uma reunião de conciliação no Tribunal Superior do Trabalho (TST). Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e Similares de São Paulo (Sintect-SP), a adesão da categoria ao movimento grevista na região de Sorocaba é de 70%. Ao contrário da entidade sindical, a estatal se limitou a classificar como “baixa” a adesão à greve. De acordo com os Correios, mesmo com a paralisação todas as agências seguem realizando atendimentos e entregas com eficácia superior a 90%.

Iniciada em 18 de agosto pelos trabalhadores, à época, a adesão da classe à paralisação, segundo o Sintect-SP, era de 90%, ante 17% apontado pela estatal. O movimento grevista teve seu primeiro revés em 1º de setembro, quando a ministra do TST Kátia Magalhães Arruda determinou o efetivo mínimo de servidores nas unidades da empresa. A magistrada também definiu a pena por descumprimento, cuja multa diária é de R$ 100 mil. Atualmente, o órgão de classe mantém 30% dos servidores trabalhando nos centros de encomendas e centros de distribuição, em cumprimento a determinação legal.

A categoria alega que o protesto acontece diante da retirada de direitos trabalhistas. Conforme o sindicato, um acordo coletivo com 79 cláusulas e validade de dois anos teria sido feito entre empresa e funcionários, contudo, os Correios recorreram ao Supremo Tribunal Federal (STF) para anular a resolução. Em novembro de 2019, o ministro Dias Toffoli concedeu uma liminar à estatal que sustou os efeitos do acordo.

Sem previsão

Apesar da reunião entre representares dos trabalhadores e da empresa no TST, por enquanto, a greve não tem data para ser finalizada. “A greve continua até uma definição positiva a favor dos trabalhadores dos Correios, já que estamos desde o início da pandemia trabalhando com falta de Equipamentos de Proteção Individuais (EPI’s) adequados e não é justo sermos punidos com redução salarial e de benefícios”, avaliou Douglas Melo, diretor Sintect-SP e representante da Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect).

Em resposta, a empresa afirmou que aguarda o retorno dos trabalhadores que aderiram à paralisação parcial o quanto antes, uma vez que as negociações entre as duas partes serão definidas durante a reunião de conciliação no corte superior. “ Vale ressaltar que os Correios têm preservado empregos, salários e todos os direitos previstos na CLT, bem como outros benefícios do seu efetivo”, se defendeu a estatal.

Atrasos

Apesar do índice de eficácia de 90% nos atendimentos e nas entregas informado pelos Correios, alguns usuários do serviço de postagem já sentem os reflexos da paralisação parcial dos trabalhadores na hora receber a correspondência e produtos adquiridos pela internet.

O técnico em segurança do trabalho, Renato Martines, 41 anos, é uma das pessoas afetadas pela greve. Ele conta que comprou um produto pela internet pouco antes do início da greve, o prazo de entrega era de até quatro dias. “Eu comprei uma mochila de hidratação em um site e Levou 14 dias para chegar minha encomenda. foi mais que o dobro do tempo previsto”, relembra.

Para os Correios, atrasos nas entregas como na encomenda de Renato são “situações pontuais”, que podem ser reportadas à empresa por meio dos canais oficiais de relacionamento. Os clientes podem entrar em contato pelos telefones 3003-0100 e 0800 725 0100 ou pelo endereço www.correios.com.br/fale-com-os-correios. (Wesley Gonsalves)

 

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