A ORGANIZAÇÃO ECOLÓGICA DO SISTEMA DE TRANSPORTE NO DF

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A ORGANIZAÇÃO ECOLÓGICA DO SISTEMA DE TRANSPORTE NO DF

Salin Siddartha

A ORGANIZAÇÃO ECOLÓGICA DO SISTEMA DE TRANSPORTE NO DF

Salin Siddartha

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O sistema de transporte urbano é o aparelho respiratório e circulatório do organismo econômico urbano porque contribui para a distribuição da mão-de-obra, dos bens e serviços no espaço econômico. Então, o desenvolvimento econômico de uma cidade também é medido, de certa forma, pela rapidez e densidade de deslocamento das pessoas.

O transporte sustentável impõe-se como prioritário no processo de redução de gastos, corte de poluição e diminuição de pegadas ecológicas. A qualidade de vida em uma cidade frequentemente é algo definido por seus habitantes, sua forma de vida, seu modo de ser. Em Municípios e metrópoles mais racionais, quem não depende de um carro para alcançar seu destino diário livra-se do estresse do tráfego e pode desfrutar mais tempo com os amigos e a família, em vez de ver as horas serem consumidas no trânsito.

Logo, devem-se trabalhar questões ambientais, organizando o transporte coletivo de uma forma ecológica e sofisticada.

Há uma correlação positiva entre o aumento da concentração de gases do efeito estufa e o aumento médio da temperatura do planeta, fato responsável pela piora das adversidades e alterações climáticas na superfície terrestre, como secas, inundações e degelo das calotas polares.

A queima de combustíveis líquidos fósseis em motores de combustão interna libera gases do efeito estufa para a atmosfera, principalmente o dióxido de carbono. O Distrito Federal precisa ganhar consciência de sua responsabilidade pela grande emissão dos gases que contribuem para o agravamento do efeito estufa gerado pelo consumo de combustíveis fósseis, como gasolina e diesel.

A maioria dos veículos usados em Brasília é de potência que varia de 1.000 a 2.000 cilindradas. Esses veículos consomem cerca de 6 a 12 litros de combustível por quilômetro rodado, variando entre a gasolina, o diesel e o etanol. Os combustíveis fósseis lançam para a atmosfera bilhões de toneladas de CO² que estavam armazenadas nas jazidas de petróleo, fora da circulação atmosférica.

Para mensurar o prejuízo advindos do lançamento desses poluentes na atmosfera, é necessário contabilizar os danos ao meio ambiente, como a contaminação do ar, das águas e do solo e, principalmente, fazer levantamento do custo total dessa poluição, já que esse passa a ser um aspecto ainda mais relevante. Segundo a Fundação SOS Mata Atlântica, para o cálculo do quantitativo de CO² que cada tipo de automóvel produz, considera-se a distância percorrida; e uma tonelada de carbono queimada é igual a 3,6 toneladas de CO².

Baseando-se em resultados do cálculo da emissão veicular da frota circulante na Capital da República e do monitoramento da qualidade do ar realizado nas regiões mais adensadas, é preciso que se crie um plano de controle da poluição veicular, propondo a adoção de ações que promovam o controle das emissões dos veículos em padrões similares aos que eles foram projetados, por meio de medidas como a inspeção ambiental, a fiscalização, a gestão de frotas e o incentivo à manutenção preventiva e qualificada.

Sabe-se que, em média, 40% da poluição do ar são produzidos pelos veículos de transporte, representando a maior fonte poluidora das cidades. A poluição despejada pelos mais de 1 milhão e 840 mil veículos, em alguns pontos, como a Rodoviária do Plano Piloto e o centro de Taguatinga, por exemplo, deixa a cidade com ares de intensa atividade industrial.

Infelizmente, os veículos flex não funcionam dentro da capacidade ótima com nenhum dos combustíveis, revelando-se de forma ineficiente. Para reduzir as emissões de CO² nos próximos anos, a principal medida tem de ser melhorar e aumentar o transporte coletivo, como o metrô e os VLs elétricos, que poluem pouco e transportam mais pessoas, o que se traduz em menor impacto do que se os passageiros estivessem dentro de carros. Porém os passageiros precisam ter ofertas de segurança e conforto para serem atraídos aos ônibus e outros modais de transporte coletivo. Também melhoraria a situação do meio ambiente se a frota circulasse com biocombustíveis, como o biodiesel, o gás natural veicular e o álcool.

Cruzeiro-DF, 26 de setembro de 2020

SALIN SIDDARTHA

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