O #TBT de hoje vai contar um pouco da história de um importante corredor comercial do centro de Sorocaba, a Rua Direita ou Boulevard Dr. Braguinha — a rua que, junto com a Barão do Rio Branco, forma um calçadão onde estão concentradas várias lojas, comércios e serviços, além de alguns apartamentos residenciais.
A rua tem aproximadamente 400 metros, com início na praça Coronel Fernando Prestes e término na rua Souza Pereira. Via estreita, a “Dr. Braguinha” era ponto de passagem de carros e de “trânsito pesado” até o ano de 1976. Além disso, acumulava água toda vez que chovia.
Foi quando, graças à iniciativa de comerciantes encabeçada por João Guariglia, proprietário da loja Cirandinha (na época, presidente do Clube de Diretores Lojistas) a rua passou por um processo de revitalização que interditou de vez a via para carros e a transformou em um “calçadão”, o primeiro da cidade.
Mas, quem foi Dr. Braguinha? Joaquim Marques Ferreira Braga, nascido em Sorocaba a 23 de novembro de 1872, foi um advogado sorocabano, filho do Dr. Antônio José Ferreira Braga e de Maria Marquez da Cruz Braga. Exerceu as funções de delegado de polícia e promotor público.
Cursou as primeiras letras em Sorocaba e, em 1892, formou-se em direito em São Paulo. Retornou a Sorocaba 1898 com prática advocatícia e fama de bom orador, batalhando em defesa dos humildes e dos operários. Ficou conhecido popularmente como Dr. Braguinha em referência à sua baixa estatura.
Foi co-diretor do jornal “A Cidade de Sorocaba” juntamente com o poeta Antônio de Oliveira. Ficou ao lado de Hermes da Fonseca contra o governo do Estado, chefiando a facção hermista, do PRC, em 1909. Como advogado da Câmara, em 1901, ajuizou processo cassando a licença de fornecimento de luz a João Lacerda, o qual foi à falência e atribuiu seu fracasso ao Dr. Braguinha.
Em 20 de setembro de 1911 foi assassinado por João Lacerda. Braguinha saía do Gabinete de Leitura Sorocabano, enquanto Lacerda o esperava na praça com um arma. Após uma discussão, os dois foram caminhando pela praça até chegar próximo à rua Direita, onde João Lacerda sacou uma arma e atirou.
Em 1915 foi construído uma busto em sua memória, que está até hoje na Praça Coronel Fernando Prestes, defronte à rua em que foi assassinado e que passou, então, a levar seu nome.
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