Sequência de altas no preço do combustível na capital tem levado profissionais a abandonarem transporte por aplicativo devido a prejuízos
A sequência de aumentos no preço dos combustíveis no Distrito Federal tem causado transtornos para motoristas que rodam pela capital. Em especial, para aqueles que usam os veículos como meio de obtenção de renda. É o caso dos profissionais que trabalham com aplicativos de transporte e delivery.
O quinto reajuste do preço da gasolina e do diesel anunciado pela Petrobras neste ano entrou em vigor Os postos devem repassar aos consumidores o aumento de pelo menos R$ 0,23 no litro da gasolina, fazendo com que os preços nas bombas possam ficar acima de R$ 6,00 no DF.
“Eu já deixei plataformas por questões de segurança, mas agora, com essa questão do combustível, não dá mais para ficar em aplicativo algum”, diz. vou começar a trabalhar com caminhão. Não é o que eu quero, mas é o que dá para ter”, completa.
“Eu tinha uma renda bruta de R$ 5 mil até o final do ano passado. Gastava cerca de R$ 2 mil com gasolina e sobrava R$ 3 mil, que dava para pagar o carro alugado e ficar com R$ 1,5 mil no fim do mês, de lucro. Nos últimos dois meses como motorista de app, eu tirei R$ 700. E olha que tem dia que faço 12 horas seguidas”, lamenta.
Alternativas
Uma alternativa encontrada pelo motorista Manoel Scooby, 43, foi assumir corridas nas cidades do Entorno do DF, onde o litro do combustível está mais barato. Outra saída é abastecer com etanol.
Líder do grupo Movimento dos Motoristas de Aplicativo no DF, Scooby diz não ver ações das plataformas para auxiliar os profissionais neste momento de crise.
“Os nossos lucros diminuem porque a tarifa não tem nenhum reajuste. Tudo teve aumento no mercado: gasolina, manutenção de carro, troca de óleo. E as tarifas não”, reclama.
Ainda de acordo com ele, há empresas de aplicativo que oferecem descontos em determinados postos de combustível do DF. Contudo, as promoções seriam muito baixas. “Não tem nada de vantagem no fim das contas”, considera.