Crítica: Não Olhe para Cima discute fim do mundo com elenco estrelado

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Com um elenco de peso formado por Jennifer Lawrence, Leonardo DiCaprio, Timothée Chalamet, Ariana Grande, Jonah Hill, Chris Evans, Merly Streep e (por incrível que pareça) mais, Não Olhe para Cima decepciona ao tentar unir os mais diversos temas em 2h25 de filme. O foco principal do longa é um cometa que colidirá com a terra e destruirá todo o planeta, mas ninguém aparenta se importar com essa ameaça gigante – em uma clara alegoria ao caos climático que se avizinha na realidade.

A produção, que estreia dia 24 de dezembro na Netflix, relata a história de dois astrônomos medíocres que descobrem que em poucos meses um meteorito destruirá o planeta Terra. A partir desse momento, eles devem alertar a humanidade por meio da imprensa sobre o perigo que se aproxima.

Apesar de contar com grandes nomes de Hollywood no elenco, o longa se perde ao tentar misturar humor com drama, ação e até uma pequena dose de romance. Adam McKay, diretor do longa, é conhecido por tentar dar certo alívio cômico em suas produções. Neste filme, no entanto, a ideia de tentar impor humor quando a terra está perto de ser destruída deixa tudo um tanto quanto confuso e cansativo. Afinal, preciso rir ou me preocupar?


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No entanto, Não Olhe para Cima tem um tom de crítica a problemas sociais que devem ser levados em conta, principalmente ao sistema político dos Estados Unidos. Além disso, é notável a tentativa de fazer com que o telespectador leve a sério a ciência, o aquecimento global e dê credibilidade para a opinião de especialistas espalhados pelo mundo.

“Queremos que os cientistas sejam ouvidos. A ciência se tornou politizada, com fatos alternativos. O personagem é baseado em cientistas que eu conheci, especialmente ambientalistas, que estão tentando fazer suas vozes serem ouvidas”, explicou DiCaprio em coletiva de imprensa com jornalistas.

Uma crítica notável em Não Olhe Para Cima é onde, geralmente, se mantém o foco da população: não importa se um cometa está prestes a destruir o planeta. Challenges do TikTok, término de namoros dos famosos e memes serão mais importantes do que a necessária sobrevivência do ser humano.

“Eu queria articular a frustração da comunidade científica, como eles estão lá tentando falar a verdade e existem todos esses outros barulhos atrapalhando, gerando frustração. E era disso que o Adam queria falar”, completou Leonardo Di Caprio.

Apesar dos pesares, é necessário avaliar a interpretação dos astros do filme. Lawrence e DiCaprio dão credibilidade aos seus personagens e, com a jogada impecável da Netflix de estrear os filmes nos cinemas antes do streaming, a atuação de ambos está passível de premiações cinematográficas em 2022. Streep também não passa despercebida, assim como Jonah Hill, que faz o papel de sempre em todos os filmes que atua: levar humor e graça.

Já Chris Evans e Timothée Chalamet estão no filme apenas para compor o elenco, fazendo papéis de coadjuvantes e estragando todo o potencial de atores renomados na história atual do cinema. Ariana Grande, por exemplo, recebe mais destaque que o astro de Duna, um dos filmes mais assistidos desde a retomada do cinema após o início da pandemia do coronavírus.

Em meio à pandemia da Covid-19, onde foi discutido por diversas vezes o “fim do mundo”, o longa tinha potencial e elenco para se tornar um manifesto, mas falha ao não conseguir empolgar.

Avaliação: Bom

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