Sem competir: eventos colaborativos entre chefs são a nova tendência

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É hora de polêmica. Por muito tempo nas cozinhas industriais de Brasília, grande parte dos chefs e restaurantes se viam como concorrência, não se bicavam e havia panelinhas formadas. No período em que ainda trabalhava dentro das cozinhas, isso estava começando a mudar. Aos poucos apareciam rostos novos e uma nova cultura de relacionamento.

Com os anos surgiu uma nova leva de chefs jovens que começaram a dialogar mais e mudar essa cultura, colaborando, se visitando e fazendo eventos juntos e então, veio a pandemia.

Não é novidade para ninguém que o comércio precisou se reinventar e apresentar atrativos para a clientela voltar a frequentar as casas e uma das novas soluções adotadas foram as colaborações entre chefs.

Cabe ressaltar que esse clima de competição ficou no passado desde antes da pandemia, e que o movimento de eventos a várias mãos ganhou muita força, afinal só traz vantagens: cria-se mídia, diversifica-se o mercado, troca-se experiências, além de promover a expansão da cartela de clientes.


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O chef peruano Marco Espinoza (Taypá, Sagrado Mar e Cantón) vem realizando eventos com chefs da cidade e de outros estados e confirma o aumento desse tipo de ação durante a pandemia: “É um momento em que precisamos estar mais próximos, depois de tanto distanciamento”. Espinoza, que atua na capital há mais de uma década e possui casas no Rio de Janeiro e São Paulo, avalia que todos saem favorecidos desses eventos e que eles devem aumentar. “Precisamos ainda nos aproximar dos pequenos produtores, pois sem eles nosso negócio não funcionaria”, pontua.

Já o chef Thiago Paraiso (Saveur, Ouriço e Möca) é um ótimo exemplo da nova geração que já chegou no mercado colaborando. “Eu acho que não existe uma concorrência entre a gente (…) encaro todos como companheiros de trabalho. Está todo mundo no mesmo barco, na mesma guerra. Quando a gente se une, fica bem mais forte”.

Paraíso ressalta que em Brasília essa tendência tende a ficar cada vez mais forte e comemora a receptividade que os chefs com mais experiência da cidade tiveram com a nova geração.

O outro lado

A chef confeiteira Maria Eduarda Patriota, ou Duda, da Pató, também vê com bons olhos essa colaboração. “Muitos chefs confeiteiros têm parcerias com restaurantes e servem suas sobremesas nas casas. A pandemia veio e trouxe um novo mercado gastronômico, rompendo com o antigo: tornou menos produtiva a concorrência e abriu espaço para novos nomes em um ambiente de colaboração”, diz.

Faço um parênteses aqui: é muito difícil que uma casa possua um chef de cozinha e um chef confeiteiro, são carreiras e profissionais diferentes e o menu sofre com a ausência do segundo. Esse tipo de interação, agregando as criações de chefs confeiteiros parceiros, tem deixado os cardápios dos restaurantes muito mais completos.

Mas essa diferença das carreiras também se manifesta no mercado, já que as colaborações entre confeiteiros ainda engatinha. “Confesso que gostaria de ver esse movimento também na confeitaria profissional. Ainda é um segmento com profissionais fechados à troca de experiências e há um viés competitivo muito grande” reforça Duda.

É preciso mais interação entre as casas, pois o mercado só tem a crescer com isso.

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