Há mais de 40 anos, Paulo Miklos transformou o palco em lar. Acostumado ao agito da estrada e ao barulho dos fãs, o artista sentiu, como muitos, os dois últimos — e angustiantes—, anos de isolamento social. Em meio às incertezas sobre o futuro, transformou sua esperança em uma humanidade mais afetuosa no pós-pandemia em música. O resultado é o quarto álbum solo, o segundo desde a sua saída do Titãs, intitulado Do Amor Não Vai Sobrar Ninguém, já disponível nas plataformas digitais.
Em entrevista ao Metrópoles, o cantor e compositor falou sobre as inspirações para as 12 faixas inéditas. Na canção que dá nome ao disco, por exemplo, o artista usou a própria experiência para falar sobre um casal que “se diluiu em prol do amor e da harmonia”. Paulo Miklos se casou no final de 2019 com Renata Galvão, e, poucos meses depois, teve a relação “testada” (e fortalecida) pela convivência exacerbada da quarentena.
“Voltamos da lua de mel e ‘pimba’, fecha tudo, todo mundo enclausurado, não pude mais encontrar meus parceiros, minha banda, nem o público. Diante dessa aflição e frustração tamanha, eu me perguntei ‘o que eu posso e sei fazer?’ e comecei a compor, e senti um prazer enorme quando percebi que as canções eram como janelas que se abriam, um refúgio, um lugar onde eu podia encontrar um mundo ideal, uma leveza…”, explica Paulo Miklos.
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Além do amor, que é predominante, o álbum trata de vários temas: um deles, a homofobia, na canção Por que Censurar o Amor?. “Pela minha experiência, é muito mais eficaz você transformar a realidade e falar ao coração das pessoas afetuosamente. A gente vive uma situação muito terrível atualmente, de contrariedade, de violência verbal, de atentado contra a democracia. Desde a pandemia a gente vive nesse sufoco, no entanto, o amor fala muito mais alto […].O afeto derruba preconceitos”, completa o artista.
No bate-papo, Paulo falou ainda sobre o atual momento do mercado fonográfico brasileiro e do filme e série que vai estrelar e que têm previsão de lançamento em breve.
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