Quase dois anos depois do lançamento, que ocorreu em novembro de 2020, o PlayStation, um dos principais consoles da nova geração, custa cerca de R$ 5 mil no Brasil. O alto valor, é claro, tem afastado os consumidores, tanto que o presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciou a quarta redução nos impostos de jogos eletrônicos. Mesmo assim, será que agora é o melhor momento para investir na tecnologia?
Mundialmente, o Playstation 5 tem conquistado os consumidores. O console já vendeu 20 milhões de unidades mundialmente, segundo a Sony. A empresa não tem números específicos para o Brasil, mas, por aqui, a compra é mais difícil: isso porque o equipamento chega ao país com estoque limitado e, mesmo com o dinheiro na mão, às vezes, é difícil adquiri-lo.
“Apesar do preço alto, as poucas unidades do PS5 ou do seu concorrente Xbox Series X têm esgotado rapidamente quando chegam ao varejo nacional”, opina Bruno Silva, jornalista especializado em games do Chippu.
Sony/Divulgação
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O Metrópoles conversou com especialistas na área para entender se, mesmo com o alto valor e com os estoques limitados, é um bom momento para se adquirir um PS5.
Com dois anos no mercado, um dos medos do público já foi sanado, o Playstation 5 já acumula um bom número de títulos. Além disso, o console tem, até mesmo, os seus destaques. Para Erik Lima, editor do Portal do Nerd, os melhores games lançados para a plataforma são The Last of Us 2, Horizon Forbidden Wes e Elden Ring.
Erik defende a compra neste momento: “Acredito que esse seria o momento ideal para a escolha do PS5 como console, ainda mais com o lançamento recente da nova PlayStation Plus, um plano de assinatura no qual você tem um catalogo com mais de 400 jogos por R$ 389,90 por ano”
Já Bruno Silva acredita que o momento ainda pede cautela. “É sempre prudente esperar para adquirir um console. A tendência é a da diminuição dos preços, por mais que isso vá demorar por conta da crise de abastecimento de semicondutores, e os próprios aparelhos tendem a ter atualizações que corrigem problemas de hardware, ou até mesmo novos modelos mais eficientes e menos propensos a dar defeito”.
A “tendência histórica” também deve ser levada em conta. Na geração anterior, a Sony fez o primeiro corte de preço do PS4 com dois anos do aparelho no mercado. O PS5 está passando exatamente por esse período. Portanto, há expectativa no mercado que, apesar dos problemas citados, os valores comecem a cair.
Redução de impostos
Um bom incentivo para quem optar pela compra agora é que o presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciou que, a partir de 1ºde julho, passará a vigorar uma nova redução das alíquotas do Imposto de Importação (II) sobre videogames, consoles e seus acessórios. Esta é a quarta ação do chefe do Executivo nesse sentido.
A medida funcionará da seguinte maneira: nas importações de partes e acessórios dos consoles e das máquinas de videogame, a alíquota vai passar dos atuais 16% para 12%. Para videogames com telas incorporadas (portáteis ou não) e suas partes, a mudança vai ser de 16% para 0%. A decisão, estima-se, pode causar uma redução considerável no valor pago pelo consumidor final.
Impactos da pandemia
A pandemia de Covid-19 ainda gera impactos no mercado. Durante os anos de 2020 e 2021, cresceu a dificuldade em encontrar consoles do PS5 à venda.
Até 2020, uma única empresa, a taiwanesa TSMC, era responsável por 50% da fabricação global de semicondutores (material que conduz eletricidade), que são necessários para praticamente todo tipo de componente eletrônico, desde carros a videogames.
Com a pandemia, a tecnologia foi gravemente afetada devido à falta de insumos e à interrupção da produções em fabricas. Com a falta de insumos e o crescimento da demanda, motivado pelo homeoffice e pela compra de equipamentos como computadores e tablets, criou-se um cenário de dificuldades.
“A paralisação das fábricas no início da pandemia acumulou pedidos, de forma que a indústria de semicondutores até hoje não conseguiu acompanhar”, lembra Bruno Silva.
Alta do dólar
A disparada da moeda norte-americana em relação ao Real é outro motivo para o valor elevado do PS5 no Brasil.
“A desvalorização do real só piora esse cenário. Por mais que as empresas de videogames fabriquem seus consoles aqui, ainda é preciso importar determinados materiais para finalizar a fabricação”, conclui Erik Lima.
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