Funai tem 21 das 39 coordenações chefiadas por militares ou policiais

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As mortes do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira acentuaram a crise interna que a Fundação Nacional do Índio (Funai) vive desde o início do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Servidores denunciam o que chamam de “desmonte” arquitetado pelo Palácio do Planalto, e atribuem a fragilidade da atuação do órgão a sucessivas interferências na gestão.

Atualmente, das 39 coordenações regionais da Funai, 17 são comandadas por militares; três, por policiais militares; e uma está sob o guarda-chuva de um policial federal. Os dados são do grupo Indigenistas Associados (INA).

A análise do comando das coordenações, sustenta o INA, revela descaso com a gestão da Funai nos estados. Dos gestores, 10 atuam na persistente condição de substituto, e seis nunca tiveram vínculo anterior com a administração pública. Somente duas unidades têm como chefes titulares servidores do órgão.

“Os currículos dos eleitos chamam a atenção pela falta: quase não se notam experiências de atuação com a política indigenista, ou mesmo com cargos de direção em administração pública”, frisa a associação.

Veja onde estão localizadas as coordenações regionais da Funai:

Entre fevereiro de 2020 e agosto de 2021, houve crescimento de 20,2% de indicados políticos, sem vínculo com a administração pública.

“A falta de perfil adequado dos gestores nomeados muitas vezes implicou mudanças constantes, resultando em prejuízos à execução da política indigenista”, reclama a associação de servidores da Funai.

Versão oficial

Durante dois dias, a reportagem tentou contato com a Funai para que o órgão respondesse às críticas dos servidores e explicasse a presença expressiva de militares e policiais em cargos de gestão. O órgão não respondeu aos contatos. O espaço segue aberto para manifestações posteriores.

A mais recente informação divulgada pelo órgão sobre a estrutura de servidores indica a renovação de contrato de 640 servidores para atender a necessidade temporária de atuação em barreiras sanitárias e postos de controle de acesso para prevenção da Covid-19 em terras indígenas.

Desde o início da repercussão do caso no Vale do Javari, a Funai tem afirmado que trabalha pela proteção das aldeias e que promove ações permanentes de vigilância, fiscalização e monitoramento de áreas onde vivem indígenas isolados.

Em nota enviada no dia 13 de junho, o órgão afirma que investiu R$ 82,5 milhões em ações de fiscalização em todo o país.

Caso Dom e Bruno


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O desaparecimento e as mortes de Dom e Bruno no Amazonas desencadearam uma série de reações de todos os níveis. As vítimas sumiram em 5 de junho, durante deslocamento. A Polícia Federal apura o que de fato motivou o crime.

De acordo com informações da corporação, cinco pessoas estão sendo investigadas. Duas delas foram presas: os irmãos Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como “Pelado”, e Oseney da Costa de Oliveira, o Dos Santos. Pelado teria confessado a participação em parte do crime.

O Instituto Nacional de Criminalística realiza exames periciais no sangue encontrado na lancha de Pelado e nos restos mortais localizados na região do desaparecimento. Na tarde de sexta-feira (17/6), os resultados da primeira análise confirmaram que parte dos materiais humanos resgatados do local apontado por Pelado são de Dom Phillips. A conclusão da perícia deve ocorrer até a próxima semana.

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