Maria Fernanda, dama do teatro e atriz de novelas, morre aos 96 anos

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A atriz Maria Fernanda, dama do teatro brasileiro e conhecida também por trabalhos no cinema e na televisão, morreu no último sábado (30/7), aos 96 anos. Ela estava internada na Casa de Saúde São José, no Rio de Janeiro, em razão de complicações respiratórias.

Única filha ainda viva da poetisa Cecília Meireles (1901-1964) e do ilustrador português Correia Dias (1892-1935), Maria Fernanda Meireles Correia Dias deixa o filho Luiz Fernando, fruto do relacionamento com o diretor de TV Luiz Gallon, com quem foi casada entre 1956 e 1963. A família não divulgou informações sobre o velório.


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Durante 70 anos, Maria Fernanda ocupou os palcos e chegou a ser detida durante a ditadura militar, em 1968, enquanto apresentava uma remontagem de Um Bonde Chamado Desejo em Brasília. A prisão provocou uma passeata contra a censura em frente ao Theatro Municipal do Rio, com participações de Paulo Autran, Marieta Severo e Odete Lara, entre outros artistas.

Maria Fernanda iniciou sua carreira em 1948, interpretando a personagem Ofélia, na primeira montagem de Hamlet feita no país. Nos anos 50, estudou artes cênicas na Europa e conheceu figuras como o dramaturgo britânico Bernard Shaw e o mímico Jean-Louis Barrault.

Ganhou destaque no papel de Blanche DuBois em duas montagens diferentes da peça Um Bonde Chamado Desejo. Na segunda, em 1963, lhe rendeu os prêmios Molière, Saci e Governador do Estado de melhor atriz.

O currículo de Maria Fernanda no teatro conta com representações de autores clássicos, como Eurípedes, e modernos, como Jean-Paul Sartre, Nelson Rodrigues e Jean Genet, além de Martins Penna, Tchekhov, García Lorca, Bertolt Brecht, Arthur Miller, Strindberg e Oscar Wilde.

No cinema, Maria Fernanda estrelou produções da Atlântida e da Vera Cruz nos anos 40 e 50. Na retomada, em 1995, interpretou D. Maria I, a louca, em Carlota Joaquina, Princesa do Brazil.

A atriz também ficou conhecida por papéis na TV. Interpretou Scarlet O’Hara na novela …E o Vento Levou, da Tupi, em 1956, ao lado de Lima Duarte. Também protagonizou a novela Dr. Jivago, transmitida ao vivo pela Record em 1959, seis anos antes da famosa versão para o cinema.

Entre suas outras personagens na televisão, Maria Fernanda viveu Sinhazinha, em Gabriela (1975), e Gilda, em Pai Herói (1979), ambas na Globo, e Cecília, em Dona Beija (1986), na Manchete.

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