No comando político do comitê eleitoral de Jair Bolsonaro, a avaliação sobre o papel da primeira-dama Michelle Bolsonaro na campanha passou por uma mudança radical nas últimas semanas.
Até o início do mês, Michelle era praguejada por alguns dos mais importantes estrategistas políticos do quartel-general bolsonarista. As opiniões eram distintas, mas majoritariamente negativas.
Alguns viam má-vontade e reclamavam, sem reservas, da resistência dela em participar mais ativamente da campanha — não faz muito tempo, a primeira-dama chegou a se recusar a gravar vídeos para serem exibidos nos programas eleitorais.
Outros temiam, caso Michelle se finalmente se engajasse, o tom de seus discursos, especialmente nos eventos voltados para evangélicos.
Diziam até que ela é excessivamente fervorosa — ou “fanática”, nas palavras de um chefe da campanha ouvido pela coluna — e repetiam que isso poderia gerar resistência a Jair Bolsonaro entre eleitores não evangélicos.
Nos últimos dias, as opiniões sobre a primeira-dama foram revistas diante dos sinais de que suas aparições públicas contribuíram para que as intenções de voto no presidente avançassem no eleitorado religioso.
Agora, a ordem do núcleo político da campanha é para que a imagem de Michelle seja explorada, cada vez mais, como um ativo valioso na tentativa de diminuir a desvantagem de Bolsonaro em relação ao ex-presidente Lula, líder nas pesquisas.
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