Após ver a produção cair 5% no primeiro semestre, o setor de automóveis espera fechar o ano com um crescimento de 4%. Trata-se de uma previsão menor do que os 9% projetados no início do ano, mas é uma sinalização que 2023 pode ser melhor.
Mesmo enfrentando dificuldades, como fornecimento de insumos, semicondutores e mudança na cadeia global por causa da guerra na Ucrânia, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) está otimista com o cenário para o próximo ano.
Projeções do setor até julho, segundo a Anfavea:
- Licenciamento: 1%
- Exportação: 22,2%
- Produção: 4,1%
De acordo com a associação, cerca de 1,3 milhão veículos foram fabricados nos sete primeiros meses do ano. Em julho, foram vendidas 181.994 unidades, segundo melhor mês do ano, atrás apenas de maio.
Julho teve o nível mais alto de produção desde novembro de 2020. Foram 218.950 autoveículos produzidos, alta de 7,5% sobre junho e de 33,4% em relação a julho de 2021.
O otimismo aumentou também impulsionado pela nova redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) anunciada pelo governo federal.
Os números, para o setor, afastam o pessimismo registrado no primeiro semestre, quando 1.091.700 veículos foram fabricados — número 5% menor do que as 1.149.100 unidades que saíram de fábrica no mesmo período de 2021.
Exportações aquecem setor
A Anfavea frisa que a recuperação das exportações, impulsionada pela crise na Argentina, aqueceu o mercado.
O Brasil aumentou a exportação de veículos para Colômbia, Chile, Peru, México e Uruguai. Foram ao todo, 246 mil unidades exportadas, sendo 47,3 mil em junho, melhor resultado mensal desde agosto de 2018.
“O crescimento sobre o primeiro semestre de 2021 chegou a 23%. Em valores exportados, a alta já é de 33,7%, em função dos embarques de autoveículos de maior valor agregado”, explica a associação.
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Inflação é o termo da economia utilizado para indicar o aumento generalizado ou contínuo dos preços de produtos ou serviços. Com isso, a inflação representa o aumento do custo de vida e a consequente redução no poder de compra da moeda de um país
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Em outras palavras, se há aumento da inflação, o dinheiro passa a valer menos. A principal consequência é a perda do poder de compra ao longo do tempo, com o aumento dos preços das mercadorias e a desvalorização da moeda
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Existem várias formas de medir a inflação, contudo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o mais comum deles
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No Brasil, quem realiza a previsão da inflação e comunica a situação dela é o Banco Central. No entanto, para garantir a idoneidade das informações, a pesquisa dos preços de produtos, serviços e o cálculo é realizado pelo IBGE, que faz monitoramento nas principais regiões brasileiras
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De uma forma geral, a inflação pode apresentar causas de curto a longo prazo, uma vez que tem variações cíclicas e que também pode ser determinada por consequências externas
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No entanto, o que influencia diretamente a inflação é: o aumento da demanda; aumento ou pressão nos custos de produção (oferta e demanda); inércia inflacionária e expectativas de inflação; e aumento de emissão de moeda
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No bolso do consumidor, a inflação é sentida de formas diferentes, já que ela não costuma agir de maneira uniforme e alguns serviços aumentam bem mais do que outros
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Isso pode ser explicado pela forma de consumo dos brasileiros. Famílias que possuem uma renda menor são afetadas, principalmente, por aumento no preço de transporte e alimento. Por outro lado, alterações nas áreas de educação e vestuário são mais sentidas por famílias mais ricas
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Ao contrário do que parece, a inflação não é de todo mal. Quando controlada, é sinal de que a economia está bem e crescendo da forma esperada. No Brasil, por exemplo, temos uma meta anual de inflação para garantir que os preços fiquem controlados. O que não pode deixar, na verdade, é chegar na hiperinflação – quando o controle de todos os preços é perdido
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Projeções
Quem acompanha o setor explica que a pandemia impactou negativamente todo o mercado automotivo em 2020, já 2021 foi um ano um pouco mais estável para as montadoras.
“Para 2022 estimava-se que seria o ano de retomada mais forte, entretanto no 1° semestre viu-se inúmeras incertezas tanto na oferta quanto na demanda. A expectativa é que no segundo semestre o setor esteja mais aquecido e no início de 2023 tenha um pico maior de crescimento”, explica o consultor automotivo Nelio Dgrazi.
Porém, para as expectativas se concretizarem a situação econômica do país precisa melhorar. “A partir de 2023, a expectativa é que a taxa de juros seja reduzida e feche o ano em torno de 9%, acompanhando o movimento de queda nas taxas de inflação, o que deve favorecer o mercado de crédito e os investimentos, criando um cenário favorável ao mercado automobilístico”, conclui.
Crise dos condutores
Tratando-se de desafios da indústria automotiva para 2023 espera-se ainda falta de semicondutores, de peças e de contêineres, além da alta cotação do dólar que desfavorece o comércio de importados.
A atual crise de escassez global de chips semicondutores que se arrasta desde 2020 não deve voltar a um equilíbrio ainda neste ano, segundo o consultor, voltando apenas em 2023 a apresentar uma melhora significativa no cenário.
O post Após cair no 1° semestre, produção de carros deve fechar 2022 com alta de 4% apareceu primeiro em Metrópoles.