Financiadores da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva estão trabalhando para reaproximá-lo de Raul Jungmann, que ocupou o posto de ministro da Defesa no governo de Michel Temer.
Em conversas reservadas, esses apoiadores de Lula argumentam que Jungmann é o nome ideal para reconstruir a relação do petista com a cúpula das Forças Armadas em caso de vitória nas eleições de outubro.
Raul Jungmann é tido como um dos políticos brasileiros com maior trânsito no alto comando militar. A leitura do grupo de aliados, liderado por conhecidos advogados de São Paulo, é que o ex-ministro poderá ajudar Lula a apaziguar a caserna após as sucessivas turbulências derivadas da proximidade entre os militares e o governo de Jair Bolsonaro. O plano já foi discutido com figuras do núcleo da campanha.
Para além da proximidade com a turma da farda, Jungmann pode ser um canal útil com o poderoso setor de mineração, que inclui gigantes da economia nacional, como Vale e CSN — hoje, ele dirige o Instituto Brasileiro de Mineração, o Ibram, entidade responsável por defender os interesses das companhias do ramo.
A costura não é exatamente uma tarefa fácil. Jungmann, que também chefiou Ministério do Desenvolvimento Agrário no governo de Fernando Henrique Cardoso, integrou o velho Partido Comunista do Brasil e já foi próximo de figuras de proa do PT, mas a relação ficou mais distante depois que ele integrou o primeiro escalão de Temer, chamado até hoje de golpista por setores do partido.
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