Cabo da PM conhecido por criticar deputado é alvo de operação no DF

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Policiais do Departamento de Controle e Correição da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) cumpriram mandado de busca e apreensão em três endereços ligados ao presidente da associação Caserna, cabo Carlos Victor Fernandes Vitório, nessa sexta-feira (23/9). A corporação acusa o praça de cometer crimes militares, mais precisamente o de “publicação ou crítica indevida e incitação” por meio de um grupo no Telegram.

Vitório é conhecido entre seus pares por fazer críticas ferozes ao deputado distrital Hermeto (MDB), líder do governo na Câmara Legislativa do DF (CLDF) e subtenente da reserva da corporação. No entanto, a PMDF não informou à reportagem se a operação tem alguma relação com os ataques ao parlamentar.

Os mandados foram cumpridos na casa do presidente da Caserna, em Vicente Pires (foto em destaque), e no armário usado por ele no 6º Batalhão da PMDF, na sede da associação. A residência de outro militar que coordena a associação ao lado de Vitório também sofreu buscas. Os militares da Corregedoria apreenderam todos os equipamentos eletrônicos que haviam nos locais, como computadores, celulares e tablets. Inclusive, o notebook da esposa do cabo foi levado.

De acordo com a Corregedoria da PMDF, há indícios de que o investigado estaria praticando atos que atentam contra as normas e princípios de hierarquia e disciplina militares em “contínua ameaça a seus valores”. Outro motivo seria a crítica feita pelo militar em relação à proibição de policiais do 13º Batalhão de não poderem se alimentar durante o horário de serviço. A Corregedoria ainda requereu a prisão preventiva de Vitório, que foi negada pela Justiça Militar.

Veja vídeo da chegada da corregedoria na casa do militar:

Defesa contesta

De acordo com a advogada do cabo, Adriana Valeriano de Sousa, o mandado de busca foi cumprido com “inobservância da garantia de inviolabilidade do domicílio profissional do escritório de advocacia” e é possível que sejam declaradas ilegais. “Primeiro porque os sócios, profissionais que lá estabeleceram domicílio, não são investigados nos autos da apuração militar objeto da persecução”, afirmou.

A advogada ainda ressaltou que não garantiu-se a presença de um representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) durante a busca. “Tal conduta fere o princípio da inviolabilidade do advogado em seu local de trabalho, devidamente previstos na Lei 8.906/94, que prevê em seu artigo 7º ser imprescindível a presença de representante da OAB nos mandados de busca”, disse.

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