Cresce cada vez mais o número de psiquiatras que aderiram ao canabidiol (CBD), como tratamento para pacientes com ansiedade. Em recente entrevista a um podcast, a conceituada psiquiatra Ana Beatriz Barbosa, por exemplo, revelou que usa CBD no tratamento de seus pacientes com o quadro.
“Para ansiedade é maravilhoso, tem que acabar esse preconceito. Quando falo em canabidiol, pacientes já disseram: ‘Eu não vou me drogar’. Ao que eu respondi: ‘Olha bem para minha cara. Você acha que eu prescreveria droga para você?’”, contou a especialista.
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As declarações de Ana Beatriz reacenderam um debate antigo sobre o uso do canabidiol para fins medicinais. A pedido do Metrópoles, o pós-PHD em neurociencia e biólogo Fabiano de Abreu Agrela explicou sobre os tratamentos com o CBD e esclareceu alguns mitos que permeiam essa discussão.
O que é o canabidiol?
“O CBD é extraído do cânhamo, uma forma da planta Cannabis que contém quantidades pequenas de THC (responsável pelo efeitos alucinógenos causados pela maconha)”, afirma Abreu. Ao contrário do que muita gente supõe, ele não gera nenhum efeito entorpecente.
A substância pode causar sensação de calma. Em alguns casos, é receitado para o alívio de sintomas como dor, inflamações, depressão e ansiedade.
Vantagens do CBD
O canabidiol pode ser benéfico para distúrbios relacionados à ansiedade.
“Por se tratar de um ansiolítico natural, os compostos de canabinóide podem apresentar menores efeitos colaterais e reações adversas, quando comparados à terapia convencional dos psicofármacos”, ressalta o profissional.
O preconceito
Na opinião do especialista, todo esse estima sobre o canabidiol advém da relação com a maconha e todos os mitos sobre a droga em si. O biólogo destaca que é diferente fumar a maconha e utilizar o composto químico (CBD) da planta para uso medicinal.
Dentro da lei
Nessa sexta-feira (14/10), foi aprovada pelo Conselho Federal de Medicina a resolução CFM nº 2.324/22, que autoriza o uso do canabidiol (CBD), um dos 80 derivados canabinoides da cannabis sativa, para o tratamento de epilepsias em crianças e adolescentes refratários aos tratamentos convencionais.
A diretiz mantém proibida a prescrição da cannabis in natura para uso medicinal, bem como quaisquer outros derivados que não o canabidiol.
De acordo com a norma, o grau de pureza da substância e sua forma de apresentação devem seguir as determinações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O plenário do CFM aprovou a resolução após revisões científicas sobre as aplicações terapêuticas e a segurança do uso do canabidol.
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