Escritor Joël Dicker fala em construir forte democracia com a leitura

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O escritor best-seller Joël Dicker retorna ao Brasil com mais uma obra que promete deixar os leitores sádicos de curiosidade para a resolução de mais um crime — digno de cinema. Responsável pela obra A Verdade sobre o Caso Harry Quebert, adaptada para uma série protagonizada por Patrick Dempsey, o romancista estreia O Caso Alaska Sanders, que traz de volta personagens lendários de sua produção de estreia.

O Caso Alaska Sanders, lançado no Brasil pela editora Intrínseca, o leitor acompanha o trágico assassinato de Alaska Sanders, na manhã de 3 de abril de 1999. A jovem de 22 anos é encontrada morta à beira de um lago, ao lado do cadáver de um urso-negro, na pacífica cidade de Mount Pleasant, em New Hempshire. 

Perry Gahalowood, Harry Quebert e, claro, Marcus Goldman — nomes já conhecidos para os fãs de Joël Dicker — estarão de volta ao livro para desvendar os tantos mistérios que rondam a morte da jovem. O Caso Alaska Sanders mantém a narrativa já conhecida do romancista: ou seja, a história não é contada em uma linha linear, sim, dando voltas e mais voltas no tempo. 

Dicker conversou com o Metrópoles sobre o seu novo sucesso. De acordo com ele, a obra guarda um espaço especial em seu coração, pois o levou de volta para as aventuras de Marcus Goldman. Além de O Caso Alaska Sanders e A Verdade sobre o Caso Harry Quebert, o protagonista de Dicker também aparece em O Livro dos Baltimore. 

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“Alaska Sanders é um livro muito especial para mim, pois sabia, desde o início, e muito antes do sucesso, que A Verdade sobre o Caso Harry Quebert seria uma trilogia”, inicia ele.

“Então, com o sucesso do livro, percebi que escrever um segundo livro imediatamente pode me encurralar em um gênero. Então eu escrevi O Livro dos Baltimore, que eu sabia que seria um terceiro livro. O Livro dos Baltimore é um livro sobre Marcus Goldman, mas é mais uma saga familiar, e não uma história de crime”, continua ele. 

“E eu sabia que um dia escreveria o segundo livro. E é por isso que, 10 anos depois de Harry Quebert, senti estar pronto para escrever este segundo livro. Comecei a escrevê-lo com uma regra em mente: se eu sentisse que Harry Quebert não deveria voltar, eu deveria pará-lo imediatamente. Mas, na verdade, desde a primeira linha da história, eu estava tão feliz por estar de volta ao mundo de Marcus Goldman. A inspiração veio imediatamente!”, completa. 

Sobre seu costume de contar a história de forma não-linear, dando voltas e mais voltas no tempo até que o leitor entenda o contexto, Dicker apontou: 

“Essa narrativa é a maneira como nós, seres humanos, estamos contando histórias. Quando você compartilha uma história com um amigo, você não apenas conta a história em uma base linear, você vai e volta. Dessa forma, você tem certeza de que nunca perderá seu leitor.”

 

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Produções para a televisão

Questionado sobre sua intenção de transformar mais um dos seus livros para a televisão ou o cinema, Dicker apontou que existem projetos em andamento, mas não especificou a qual obra se refere.

Existem alguns projetos em andamento. Mas o caminho é longo para acertar uma produção de TV, então vamos ver se vai dar certo e o que vai acontecer.

Joël Dicker

A série de drama A Verdade sobre o Caso Harry Quebert é protagonizada por Patrick Dempsey (Grey’s Anatomy) e Kristine Froseth (Quem é você, Alasca?). A produção está disponível na plataforma de streaming Globoplay.

“Democracia mais forte”

Dicker aproveitou para deixar um recado aos fãs de livros no Brasil. O escritor apontou que “a literatura é o que vai federar e reunir as pessoas”, e garantiu que “incentivar a leitura, colocar livros e literatura na primeira fila, é construir uma sociedade mais forte e uma democracia mais forte”.

“Gostaria de aproveitar a oportunidade para lembrar a todos que a literatura é o que vai federar e reunir as pessoas. Claro que pelo fato de que o livro abre a mente das pessoas. Mas principalmente porque compartilhar opiniões sobre uma história, sobre um livro, é o primeiro passo para poder expressar uma opinião, discordar de alguém, mas ainda assim poder respeitar a opinião alheia”, inicia.

“Esta é a base da democracia: dar a oportunidade de falar, de nos expressar, mas com o desejo de respeitar os outros. Então, incentivar a leitura, colocar livros e literatura na primeira fila, é construir uma sociedade mais forte e uma democracia mais forte”, finalizou o escritor.

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