Vídeo: vítima de policial stalker reencontra cadela dada como morta há 1 ano

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Um dos crimes cometidos por Rafaela Luciane Motta Ferreira, a agente da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) conhecida como a “policial stalker”, teve um final feliz no último sábado (18/3). Ainda em 2021, ela sequestrou Ayra, uma cadela da raça border collie do personal trainer Gustavo Rodrigues da Silva, seu ex-namorado. Após várias chantagens emocionais e até indícios de que havia matado o animal envenenado, Gustavo reencontrou a pet, um ano e dez meses depois.

Rafaela protagonizou várias notícias de crimes de perseguição contra homens com quem se relacionava, em Brasília. Ela está presa após condenação em um dos processos criminais do qual é ré, quando chegou a esfaquear Gustavo. Na época do caso, ela sequestrou Ayra e chegou a chantagear o personal dizendo que diria onde estava a cadela. Mas os pelos do animal no carro de Rafaela e um caderno dela com anotações sobre doses de veneno para cachorro de médio e grande porte fizeram Gustavo achar que ela tinha matado a pet.

“Era um vazio. A Ayra precisa correr, gastar energia, e eu sou personal, treino fisiculturismo, então, saía de duas a três vezes por dia com ela, fazíamos aeróbico, me ajudava muito nas preparações. Mas ela sumiu e eu desanimei. Era triste ir correr e ela não estar lá, batia um desânimo muito grande”, conta.

Gustavo e Ayra só se reencontraram por conta de uma coincidência que levou à confissão de Rafaela. Uma pessoa investigada por outro caso acabou contando que a policial stalker ofereceu a cadela a ela, dizendo que a pet era de um casal que não queria mais ficar com ela. Questionada na cadeia, a ex do personal detalhou o paradeiro, que envolveu mais pessoas.

Outra família

“Ela contou que colocou a Ayra em um site de doação, com outro nome. Uma família adotou, mas ela não se deu bem naquela casa, então, essa família doou para um outro casal de amigos”, diz. O problema é que esse lar acolheu a pet e a criou por mais de um ano e meio, com uma grande proximidade com duas crianças, filhas do casal.

“Elas também são vítimas da situação, que é muito difícil. Eu tenho saudades dela, criei desde pequena, mas a família também estava apegada. Falei que a Ayra podia ficar uns fins de semana lá, então ela vai ter essas duas famílias”, resolveu Gustavo.

No dia do reencontro, a border collie não escondeu a emoção. Pulou, correu, brincou, pediu carinho na barriga. “É um alívio muito grande, porque eu não tinha a certeza que ela tinha sido morta. Andava na rua por aí vendo se encontrava com ela, ficava constantemente nesse alerta, por um ano e dez meses, sem respostas. Guardei tudo dela, porque sentia que ela poderia aparecer.”

A “policial stalker”

A agente foi presa pela PCDF em 28 de novembro de 2021 por agredir o ex-namorado. A coluna revelou que ela havia deixado uma carta contendo diversas ameaças a ex-companheiros. O material foi apreendido. O texto, suspostamente escrito pela agente, revela parte do perfil agressivo de Rafaela.

Em determinado trecho da carta, ela cita que vai pegar o celular de um dos homens. Em seguida, escreve que planeja furar os quatro pneus, riscar a lataria e colocar fogo no carro de outro. A mulher detalha que quer matar um ex-namorado por envenenamento. Também diz pretender incendiar a moto de outro homem, para que ele pudesse “sofrer em vida” e posteriormente também morrer envenenado.

No texto, Rafaela também ameaça os familiares dos companheiros e afirma que um deles vai ver o “corpinho do papai ir pro saco”. Ela pontua que perseguirá o homem até que “ele enlouqueça”. Ainda na carta, garante que “vai pagar quantos assassinos de plantão forem necessários para acabar com a vida de todos eles. Um por um”.

“Vou colocar maconha na tua mochila, e a PM vai te pegar. Você vai ter um tráfico, meu amor, nas tuas costas. Aguarde e confira. E ainda será no dia do meu plantão. Terei o maior prazer em escrever a ocorrência”, ressaltou.

Já em novembro de 2022, Rafaela foi condenada a seis anos prisão e a perda do cargo público em um dos processos criminais do qual é ré. A sentença também determina o cumprimento de um ano em regime de medida de segurança.

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