Ozempic e Rybelsus: pílula tem o mesmo efeito da caneta injetável?

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O Ozempic foi desenvolvido para tratar a diabetes, mas passou a ser usado “off-label” por seus efeitos emagrecedores. Fabricante do medicamento, o laboratório Novo Nordisk tem um outro remédio chamado Rybelsus, que também tem a semaglutida como princípio ativo.

Enquanto o Ozempic é aplicado semanalmente com uma caneta injetável, o Rybelsus é administrado via oral com comprimido e deve ser tomado diariamente em jejum. Embora os dois remédios funcionem igualmente para o tratamento da diabetes, quando o assunto é o controle de peso, os resultados são diferentes.

“Os estudos científicos que temos mostram uma equivalência, mas os testes foram feitos para comparar o uso para diabetes. Com a experiência em consultório, acompanhando pacientes para emagrecimento, a gente nota que o Rybelsus não gera uma perda de peso tão acentuada”, aponta a endocrinologista Michele Borba, da Clínica Delaborba de Brasília.

A hipótese para explicar isso seria a própria maneira de aplicar o remédio, sendo infetado na própria gordura da barriga o Ozempic agiria diretamente sobre o tecido adiposo.

As doses de Ozempic para um mês de aplicações custam aproximadamente R$ 1 mil. Já o Rybelsus possui diferentes miligramas, indo de R$ 500 o mês na menor dose (3 mg) a R$ 1 mil nas maiores (14 mg).

Em uma nota de março deste ano, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) se posicionou a favor do uso do Ozempic para emagrecimento, mas ressaltou que não se pode confundir um objetivo estético com os casos em que a saúde dos pacientes está ameaçada pelo excesso de peso.

Para as médicas entrevistadas pelo Metrópoles, o uso sem orientação médica levou a uma intensa propaganda dos efeitos do Ozempic, sejam eles positivos ou negativos. “Muitos pacientes que tem a indicação médica do emagrecimento e que estão sendo acompanhados acabam ficando com medo de tomar o Ozempic, mas é uma medicação bastante segura e que reduz os riscos das muitas doenças associadas à obesidade”, aponta a endocrinologista Daniela Gebrim, da Clínica SIM, também de Brasília.

Efeitos colaterais

Os efeitos colaterais mais comuns – náuseas, vômitos e diarreias – acabaram criando um medo entre os pacientes do uso da versão injetável da semaglutida. A adoção do Rybelsus, no entanto, não afasta a possibilidade de o paciente sentir esses sintomas e, na verdade, pode até aumentá-los. Os comprimidos podem agir de maneira ainda mais forte no sistema gástrico.

“Entre os pacientes que usam o Rybelsus é mais comum a queixa em relação a náuseas e desconfortos de digestão, até por ter uma ação local e em jejum, que o torna mais perceptível”, afirma Michele.

Ambas as médicas ressaltam que a recomendação por um ou outro tratamento será feita com base nas rotinas dos pacientes e no objetivo que se espera alcançar e que, antes de tudo, é preciso ter a recomendação clínica e a real necessidade do tratamento.

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