Alfabetização na idade certa ganha impulso de R$ 3 bi com novo programa

0
284

Iniciativa do governo federal foi lançada no Palácio do Planalto com a adesão do GDF. Destaque na educação pública, Distrito Federal tem o menor índice de analfabetos do país

O governador Ibaneis Rocha participou nesta segunda-feira (12) do lançamento do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, programa do governo federal com o objetivo de garantir que 100% das crianças brasileiras estejam alfabetizadas ao final do 2º ano do ensino fundamental. A iniciativa terá investimento de R$ 3 bilhões nos próximos quatro anos.

Além da alfabetização na idade correta, prevista no Plano Nacional de Educação (PNE), o programa vai trabalhar na recomposição das aprendizagens, prejudicadas pela pandemia de covid-19.

O programa foi lançado e detalhado durante evento no Palácio do Planalto pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e pelo ministro da Educação, Camilo Santana.

O programa vai trabalhar na recomposição das aprendizagens, prejudicadas pela pandemia de covid-19 | Fotos: Renato Alves/ Agência Brasília

Para o governador Ibaneis Rocha, o retorno de cada centavo investido na educação é incalculável. “A educação transforma a vida das pessoas, traz oportunidades e amplia a visão de mundo. Diria que a alfabetização é o pilar do ensino na vida de um aluno, e iniciativas nesse sentido contam com o nosso apoio”, destacou o chefe do Executivo.

Em seu discurso, o presidente Lula falou em resgatar e melhorar a qualidade do ensino público. “Não melhorou de acordo com a necessidade da população. Tem quem gaste quase metade do salário para garantir que o filho estude na rede particular porque a rede pública ainda não garante que o ensino seja perfeito para o nosso povo. Queremos dar um passo para que as crianças saiam preparadas no ensino fundamental”, afirmou.

DF tem a menor taxa de analfabetismo do país

Secretária de Educação, Hélvia Paranaguá: “Esse é um projeto que a gente quer muito aplicar e quer ver ampliado no país todo”

No Brasil, o DF é a Unidade da Federação com o menor percentual de pessoas analfabetas de 15 anos ou mais. É o que revelou pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada na última semana. ‌

Em 2022, a capital da República tinha 47 mil pessoas dessa faixa etária iletradas, o que equivale a uma taxa de 1,9% de analfabetos – bem abaixo da registrada no Brasil, de 5,6%, e de estados em que esse percentual está próximo a 15%. A rede pública de ensino do DF tem cerca de 472 mil estudantes distribuídos em 827 escolas.

“O DF tem um índice baixo de analfabetismo, mas é importante ressaltar que a criança tem que ser alfabetizada na idade certa. Um ano que ela sai da escola, que ela evade, já fica com a distorção idade/ano. Isso é ruim porque ela vai levando essa distorção para o resto dos seus dias escolares, então esse é um projeto que a gente quer muito aplicar e quer ver ampliado no país todo”, avalia a secretária de Educação, Hélvia Paranaguá.

“Diria que a alfabetização é o pilar do ensino na vida de um aluno, e iniciativas nesse sentido contam com o nosso apoio”Ibaneis Rocha, governador

A alfabetização tem efeitos econômicos e até na saúde pessoal em todos os estados, municípios e DF. Pesquisa do Instituto Insper, de 2017, revelou que uma pessoa alfabetizada tem o dobro da renda de uma não alfabetizada, 26% mais chances de obter um trabalho formal e 11% mais chances de ter uma boa saúde.

“A leitura é fundamental, é o pilar e a base de tudo. A educação parte exatamente em cima da alfabetização. A criança já tem aquele momento na pré-escola da socialização, mas o ato de ser alfabetizado é a abertura para o mundo, é maravilhoso”, acrescenta Hélvia Paranaguá.

No cenário mundial, o país tem um longo caminho a percorrer. Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Brasil ficou à frente de apenas cinco países em avaliação internacional de alfabetização, aplicada em 65 nações.

“Queremos garantir que 100% das crianças brasileiras sejam alfabetizadas ao fim do segundo ano do ensino fundamental, cumprindo o PNE. Uma pesquisa do Inep mostrou que mais da metade das nossas crianças não sabem ler e escrever. O MEC vai apoiar com bolsas de estudo, formação de gestores e material didático para estados, municípios e o DF”, pontuou o ministro da Educação, Camilo Santana.

De acordo com a diretora da Escola Classe 05 do Guará, Zuleide Moura e Silva, o programa será um grande apoio para que o ensino público do DF mantenha seus índices de alfabetização.

“É magnífico quando o aluno descobre que ele sabe ler, por isso é importante que todos façam esse compromisso e abracem a causa. Nosso trabalho é contínuo, não para, e sempre temos que procurar novas formas de alfabetizar e incentivar, porque com apoio e estratégia você consegue, sim, alfabetizar as crianças na idade certa”, avalia.

Artigo anteriorColuna do Zé dia 12 de junho de 2023
Próximo artigoTeste revela que Einstein estava certo em paradoxo da mecânica quântica