Após passarem mais de 40 dias perdidos na floresta amazônica, o destino dos irmãos indígenas resgatados nesta sexta-feira (9/6) é incerto. Brigas familiares, denúncias de maus-tratos e críticas ao presidente Gustavo Petro colocam uma interrogação sobre para quem vai a guarda das crianças colombianas após o resgate.
As quatro crianças perderam a mãe no acidente de avião que os deixou perdidos na floresta. A menina Lesly Jacobombaire Mucutuy, 13, e os irmãos Tien Noriel, 9, Soleiny, 5, e Cristin, 1 agora estão em um hospital de Bogotá, sob tutela do governo colombiano.
Os problemas familiares ganharam destaque após o pai e a família da mãe trocarem acusações em frente ao hospital onde as crianças se recuperam.
De acordo com o jornal El Tiempo, Manuel Miller Ranoque, é pai biológico de apenas dois irmãos menores e padrasto dos dois mais velhos. Familiares da mãe, Magdalena Mucutuy, acusam ele de maus-tratos contra a mãe e as crianças.
As denúncias ainda vão além, os familiares de Mucuty também acusam Ranoque de uma suposta tentativa de abuso sexual contra uma das crianças.
Negativas
Ranoque, por sua vez, negou todas as acusações e acusou a família da mãe de querer tirar as crianças de sua guarda para se beneficiar economicamente. Ele também criticou o presidente Gustavo Petro e o governo colombiano por ter usado imagens das crianças nas redes sociais
“Posso garantir que não tenho nada a ver com nenhum abuso familiar. São tentativas desesperadas porque querem tirar meus filhos de mim e levá-los. As pessoas que estão falando assim nem estavam comigo procurando o crianças enquanto eu estava mal”, disse Ranoque em entrevista ao El Tiempo.
Na porta do hospital, Ranoque ainda disse que está “totalmente em desacordo” com a visita do presidente Petro às crianças. A visita aconteceu no último sábado (10/6), sem a permissão do pai, segundo o próprio. O presidente registrou a agenda, nas redes sociais e compartilhou fotos no hospital e um vídeo em que um tio das crianças o abraça e agradece pela ajuda nas buscas.