Padre suspeito de lavar dinheiro se diz inocente: “Sempre carreguei cruzes”

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O padre Robson de Oliveira Pereira, de 46 anos, investigado por suspeita de lavagem de dinheiro, afirmou neste sábado (22/8) que se afastou da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe) para colaborar com as investigações do Ministério Público de Goiás.

As informações são do portal G1.

“O meu caminho nessa missão evangelizadora nunca foi fácil. Desde o início, como você bem sabe, sempre carreguei muitas cruzes”, disse.

Pereira comandava a Afipe desde 2004, mas, na última sexta-feira (21/8), pediu afastamento das funções após o MP deflagrar a Operação Vendilhões, que apura suspeita de desvio de R$ 120 milhões de doações de fiéis.

Padre Robson começou a ter o nome envolvido em escândalos ainda em 2017, quando surgiu uma denúncia de extorsão. Naquele ano, um hacker pediu R$ 2 milhões para não revelar um suposto caso amoroso do religioso.

“Sempre estive e continuo à disposição do Ministério Público. Por isso, esse meu pedido de afastamento vai me permitir colaborar com as apurações da melhor forma e com total transparência para que seja confirmado que toda doação que fazemos ao Pai Eterno – terços rezados, o dinheiro doado, tempo, carinho, trabalho empregado na evangelização – foi toda, repito, toda empregada na própria associação Afipe em favor da evangelização”, disse no vídeo.

“Meu coração está sereno e confiante de que tudo será esclarecido o mais breve possível. Nesse momento de provação, eu tenho certeza de que essa obra não vai ser abalada, porque Deus é nosso pai e nunca desampara seus filhos”, completou o padre.

O que diz o MP

As investigações do Ministério Público de Goiás mostram que as doações recebidas pela Afipe giram em torno de R$ 20 milhões por mês e chegam de vários estados do país. Em 10 anos, a associação teria movimentado R$ 2 bilhões.

O MP apura se o montante ou parte dele tem sido usado de forma irregular, como benefício de determinadas pessoas ligadas à associação, por exemplo.

No site, a Afipe descreve que as doações recebidas “são voltadas para a evangelização por meio da TV e para obras sociais”.

A defesa de padre Robson afirmou que a associação sempre fez investimentos para aumentar a renda da instituição.

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