Flávio Ricco, com colaboração de José Carlos Nery
Um assunto recorrente entre autores de novelas, envolve o futuro do formato, duramente impactado pelos efeitos do novo coronavírus e obrigado a adotar uma série de protocolos para continuar existindo.
Para Mauricio Gyboski, ganhador do Emmy Internacional trabalhando com Aguinaldo Silva em “Império”, as emissoras estariam lidando melhor com as restrições impostas se o desejo antigo dos autores por trabalhos com menos capítulos e elenco enxuto tivesse sido atendido.
“Lembra das tramas dos anos 1970, com uma câmera apenas, fixa? E das novelas com 50/60 capítulos com patrocínio da Colgate/Palmolive, que nem exibição diária tinha? Lembra dos times de 20/25 atores que gravavam fora do Rio e viviam como uma trupe mambembe, hospedados em alguma pensão remota como Avancini [Walter, diretor] fez no passado? Vai ser por aí. Esse protocolo de segurança não será viável prática e financeiramente.
Entende ainda que, em dado momento, será mais barato e seguro testar todo mundo e isolar, limitando o convívio só entre a equipe. E nada que a classe artística não esteja acostumada, pelo menos os mais antigos, quando ficavam três meses em um set de cinema ou excursionando em longas temporadas teatrais.
Ritmo de seriados
Para Brunno Pires, também ganhador do Emmy com “Império”, as novelas vão ter que se adaptar ao ritmo dos seriados e pegar deles o que têm de melhor. Avalia que, com o mundo em transformação, todos terão que aprender a sobreviver de uma forma diferente e evoluir. E o pessoal que trabalha no formato em questão também tem que estar de olho nessa evolução. Outros autores consultados pela coluna vão no mesmo caminho. A sobrevivência do gênero passa por novelas mais curtas, com poucos personagens e tramas focadas nas relações entre as pessoas. Acreditam inclusive que, a partir daí, os custos serão mais compatíveis.
Fagundes na estreia
Antonio Fagundes é o entrevistado de estreia do “Podcast do Arcanjo”, do jornalista Miguel Arcanjo Prado em parceria com a OLA Podcasts, sob direção de Bruno Venga e curadoria de Bruno Motta. A partir do dia 3, haverá um episódio inédito toda quinta-feira sobre os bastidores da cultura.
Chumbo trocado
Marcelo Camargo, filho da Hebe, ficou de gravar um “Café com Selinho”, seu programa no YouTube, reunindo pessoas que trabalharam com ela, contando as suas verdadeiras histórias. Meio que um troco ao que a série da Globo vem apresentando.
Cabeça pequena
Nunca essa questão dos direitos esportivos, em se tratando do campeonato brasileiro, esteve tão embolada. Tudo por culpa desse enrosco Globo-Turner-dirigentes. Ontem, São Paulo e Athletico PR não teve transmissão pela aberta, paga, pay-per-view, nenhuma rede social e nem presença de público no estádio. Um jogo jogado às moscas. Onde já se viu? É um absurdo, nos tempos atuais, os clubes esconderem as suas marcas e seus patrocinadores.
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