A França, fortemente atingida pela segunda onda do novo coronavírus, decretou um novo confinamento nacional de pelo menos um mês. Porém, diferentemente do confinamento de dois meses imposto entre março e maio, as escolas, fábricas e serviços públicos continuarão abertos.
“O vírus circula na França a uma velocidade que nem sequer os prognósticos mais pessimistas tinham previsto”, disse o presidente francês Emmanuel Macron, em discurso transmitido pela televisão, no qual lamentou a morte de 527 pessoas pela doença na terça-feira (27).
A segunda onda “sem dúvida será mais difícil e mortal do que a primeira”, que deixou 30 mil mortos, acrescentou o presidente, em tom sério.
Da meia-noite desta quinta-feira (29) até ao menos 1º de dezembro, os franceses “poderão sair de casa apenas para ir ao trabalho, ao médico, para ajudar um parente, fazer compras essenciais ou sair brevemente para tomar ar”, detalhou Macron.
Ele acrescentou que serão exigidas declarações por escrito que justifiquem as saídas, sugerindo que voltarão a ser impostas multas aos infratores.
Os bares, restaurantes, museus e negócios não essenciais terão de fechar suas portas. Fábricas e as instalações agrícolas poderão continuar funcionando e os serviços públicos permanecerão abertos para limitar a paralisação econômica.
Os serviços públicos manterão o atendimento ao público, e as competições esportivas profissionais também poderão continuar durante o confinamento.
Evolução
O governo francês impôs um toque de recolher noturno há duas semanas, forçando dois terços da população a ficar em casa entre 21h e 6h locais. Essa medida, admitiu Macron, “não foi o suficiente”.
Desde agosto, o país observa aumento no número de casos. Nesta quarta-feira (28), o site oficial do governo anunciou 244 mortes nos hospitais em 24 horas, o que aumentou o balanço para 35.785 vítimas na França desde o início da pandemia. Há 3 mil pacientes em terapia intensiva. (AFP)