Em mensagem de Páscoa, Papa pede que se compartilhe vacinas com países pobres

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O pedido foi realizado pelo Papa Francisco durante homilia, realizada na basílica de São Pedro. Crédito da foto: Filippo Monteforte / POOL / AFP (4/4/2021)

O papa Francisco pediu neste domingo (4) que se compartilhe as vacinas contra a Covid-19 com os países mais pobres em sua tradicional mensagem de Páscoa, marcada este ano pela aceleração da pandemia, apesar das campanhas de vacinação.

“No espírito de um ‘internacionalismo das vacinas’, exorto toda a comunidade internacional a um compromisso comum para superar os atrasos em sua distribuição e promover seu compartilhamento, especialmente nos países mais pobres”, disse Francisco, em sua homilia na basílica de São Pedro, antes da bênção Urbi et Orbi (à cidade e ao mundo).

Na véspera, o papa havia dado uma mensagem de esperança: “Sempre é possível voltar a começar porque há uma vida nova que Deus é capaz de reiniciar em nós para além dos nossos fracassos”, disse na Vigília Pascal, na noite de sábado.

Na Europa, castigada por uma terceira onda da Covid-19, toda a Itália é considerada zona “vermelha”, com alto risco de contágio e restrições máximas para as celebrações da Semana Santa, que costumam ser ocasião de reuniões familiares.

No entanto, os italianos podiam deixar o país e alguns se prepararam para tirar férias.

Viagens limitadas na Europa

Na França, desde a noite de sábado, as normas em vigor em 19 departamentos se estenderam para todo o país, com comércios considerados não essenciais fechados, deslocamentos limitados a 10 km e, pela primeira vez desde meados de 2020, as creches e as escolas vão fechar por até quatro semanas.

Desde o início da pandemia, a doença matou 96.493 pessoas no país.

O restante da Europa intensifica as medidas para limitar a propagação do vírus, especialmente no que diz respeito às viagens. A Alemanha vai reforçar os controles em suas fronteiras terrestres durante uma ou duas semanas.

No Oriente Médio, o Líbano está em confinamento total do sábado até a terça-feira para evitar um repique da Covid no país de seis milhões de habitantes.

Já em Jerusalém, que suspendeu o confinamento graças a uma campanha de vacinação em massa, os fiéis, a maioria usando máscaras, assistiram à missa no Santo Sepulcro.

A igreja, considerada o local mais sagrado do cristianismo, tinha sido fechada no ano passado na Semana Santa por causa da pandemia pela primeira vez em mais um século.

Nas Filipinas, as autoridades vão estender o confinamento para mais de 24 milhões de pessoas, enquanto montam barracas de campanha e mobilizam pessoal sanitário nos hospitais superlotados de Manila.

No Canadá, que no sábado superou um milhão de casos, várias províncias reforçaram as restrições para enfrentar a terceira onda.

Situação alarmante na América Latina

Na América Latina, onde a situação é alarmante, com mais de 25 milhões de casos registrados, vários países também aumentaram as restrições.

O Chile, onde quase 90% da população está confinada novamente durante quase uma semana, manterá fechadas suas fronteiras durante todo o mês de abril. A Bolívia fez o mesmo em suas fronteiras com o Brasil durante pelo menos uma semana.

O Peru registrou no sábado 294 mortes por Covid-19, seu maior número diário durante a pandemia. Na quinta-feira, o país começou sua quarentena nacional obrigatória de quatro dias, coincidindo com a Semana Santa.

No Brasil, onde o vírus parece fora de controle, com mais de 330.000 mortos e quase 13 milhões de contagiados, a cidade do Rio de Janeiro anunciou que vai ampliar algumas restrições.

A pandemia matou pelo menos 2.847.182 pessoas no mundo desde o fim de dezembro de 2019, segundo contagem da AFP neste domingo.

Quase com o mesmo balanço de casos do Brasil, a Índia registrou neste domingo 93.249 novas infecções, o maior aumento desde setembro, o que eleva o número de contagiados a quase 12,5 milhões.

As vacinas, “ferramenta essencial”

Após homenagear médicos e enfermeiros na linha de frente do combate à pandemia, o papa Francisco lembrou que “as vacinas são uma ferramenta essencial” na luta contra o vírus.

Os Estados Unidos, o país mais afetado tanto em número de mortos quanto de contágios, superaram na sexta-feira a marca de 100 milhões de pessoas que tomaram pelo menos uma dose da vacina.

Mas a imunização continua sujeita a dúvidas, como nos casos de tromboses e coágulos, alguns fatais, relacionados com a vacina da AstraZeneca.

A Agência Britânica de Medicamentos (MHRA) disse neste sábado que sete pessoas que tomaram a vacina do laboratório anglo-sueco tinham morrido por causa de coágulos no Reino Unido, de um total de 30 casos identificados. Mas estas cifras devem ser comparadas com o total de mais de 18 milhões de doses aplicadas.

Outra vacina, a russa Sputnik V, promovida pelo Kremlin, teve a imagem arranhada após o anúncio na noite de sexta-feira de que o presidente argentino, Alberto Fernández, testou positivo, apesar de ter recebido duas doses desta vacina em janeiro e fevereiro. (AFP)

 

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