
“Sou a única dupla sertaneja de um cara só que canta rock”, brinca Marcelo Marcelino, experiente músico nascido e criado no Jardim Ingá, em Luziânia (GO), entorno do Distrito Federal. Depois de duas décadas liderando bandas de carreira considerável, Sem Destino e Madrenegra, ele estreia em disco solo homônimo. O lançamento oficial é neste sábado (28/10), às 19h, na livraria Fnac (ParkShopping).
Aos 43 anos, Marcelino quis contar um pouco da sua trajetória de maneira cronológica, quase faixa a faixa. As 14 músicas do álbum revelam um trânsito pelo folk com letras marcadas por versos poéticos e crônicas sobre temas universais. Um deles é o preconceito, algo que tem assustado o roqueiro nos últimos tempos.
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“A música ‘A Balada de Rosa e Montanha’ trata da adoção de uma criança por um casal homoafetivo. O Brasil vive uma guinada conservadora que classifico de hipócrita. Todo tipo de preconceito aparece com força nas redes sociais”, comenta o compositor, que selecionou 14 de um cancioneiro com cerca de 40 canções.
Trovador inquieto
Há inéditas como “O Homem Esfarrapado”. E outras que Marcelino escreveu entre 17 e 18 anos, antes de mesmo de ter banda, a exemplo de “Profecia de Mendigo” e “Caminhos Perdidos”. Em certo sentido, é como se o disco “Marcelo Marcelino” também funcionasse como um álbum de fotografias que começa a ser organizado pelo autor e personagem das imagens.
“Sempre fui um artista solo com amparo de colegas de banda”, acredita o cantor. “Eu sempre compus todas as músicas, dava direção musical nos arranjos. Cheguei em um ponto da carreira em que precisava colocar isso de maneira mais clara. O trovador solitário já estava pronto dentro de mim para tomar conta do meu trabalho.”
Nos mais de vinte anos de carreira, Marcelino já viveu experiências artísticas distintas. Com a Sem Destino, chegou a morar no Rio de Janeiro para impulsionar a banda. Mais tarde, a Madrenegra se fixou em São Paulo. Hoje, ele continua no Ingá, cuja cena musical foi gestada pela Sem Destino.
“Preciso respirar o ar de lá”, diz. “Várias vezes consegui tirar Jardim Ingá da página policial e colocar na página de cultura. Há vinte anos não existia banda lá. E eu era considerado estranho e chamado de maconheiro porque usava camisa de banda e tinha cabelão.”
Marcelo Marcelino
Sábado (28/10), às 19h, na livraria Fnac (ParkShopping). Entrada franca. Classificação indicativa livre