O avanço do número de infecções por Covid-19 causadas pela variante Ômicron demonstra a necessidade de medidas de proteção mais eficazes, assim como o uso de máscaras melhores. Para evitar a contaminação pelo coronavírus, a indicação é utilizar os equipamentos com maior nível de filtragem. Por isso, modelos de pano devem ser vistos como a última opção durante a pandemia.
Vitor Mori, pesquisador na Universidade de Vermont e membro do Observatório Brasileiro de Covid-19, comenta que a escolha da máscara ideal depende dos riscos que você está exposto. Nesse sentido, ele recomenda escolher equipamentos com a maior eficiência possível e que consigam se adaptar bem ao formato do seu rosto, evitando espaços de saída do ar. Por isso, máscaras de acrílico não são boas opções.
Outro ponto importante é o nível de filtragem do ar que uma proteção pode proporcionar. O pesquisador indica evitar máscaras de pano porque são feitas com um material que protege menos e permite a passagem de partículas.

Detectada pela primeira vez na África do Sul, a variante Ômicron foi classificada pela OMS como de preocupação
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Isso porque a alteração apresenta cerca de 50 mutações, mais do que as outras variantes identificadas até o momento
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Segundo a OMS, a Ômicron é mais resistente às vacinas disponíveis no mundo contra as demais variantes e se espalha mais rápido
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Dores no corpo, na cabeça, fadiga, suores noturnos, sensação de garganta arranhando e elevação na frequência cardíaca em crianças são alguns dos sintomas identificados por pesquisadores em pessoas infectadas
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Em relação à virulência da Ômicron, os dados são limitados, mas sugerem que ela pode ser menos severa que a Delta, por exemplo
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O surgimento da variante também é uma incógnita para cientistas. Por isso, pesquisadores consideram três teorias para o desenvolvimento do vírus
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A primeira é que a variante tenha começado o desenvolvimento em meados de 2020, em uma população pouco testada, e só agora acumulou mutações suficientes para se tornar mais transmissível
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A segunda é que surgimento da Ômicron pode estar ligado a HIV não tratado. A terceira, e menos provável, é que o coronavírus teria infectado um animal, se desenvolvido nele e voltado a contaminar um humano
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De qualquer forma, o sequenciamento genético mostra que a Ômicron não se desenvolveu a partir de nenhuma das variantes mais comuns, já que a nova cepa não tem mutações semelhantes à Alfa, Beta, Gama ou Delta
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Com medo de uma nova onda, países têm aumentado as restrições para conter o avanço da nova variante

De acordo com documento da OMS, a Ômicron está em circulação em 110 países. Na África do Sul, ela vem se disseminando de maneira mais rápida do que a variante Delta, cuja circulação no país é baixa

Mesmo em países onde o número de pessoas vacinadas é alto, como no Reino Unido, a nova mutação vem ganhando espaço rapidamente
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No Brasil, 32 casos foram registrados, segundo balanço divulgado no fim de dezembro pelo Ministério da Saúde
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Por conta da capacidade de disseminação da variante, a OMS orienta que pessoas se vacinem com todas as doses necessárias, utilizem corretamente máscaras de proteção e mantenham as mãos higienizadas
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A entidade ressalta ainda a importância de evitar aglomerações e recomenda que se prefiram ambientes bem ventilados
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Apesar disso, as máscaras de pano ainda podem ser úteis em último caso. O especialista considera que esse tipo de equipamento ainda pode ser usado em ambientes ao ar livre e com poucas pessoas por perto.
“Para um local mais perigoso, como um transporte público, com tudo fechado e cheio de gente, a máscara de pano não é a melhor opção atualmente. Ainda mais quando temos uma variante tão transmissível quanto a Ômicron”, afirma Mori.
O membro do Observatório Brasileiro de Covid-19 explica que os mecanismos de transmissão do coronavírus não mudaram com a Ômicron. “As máscaras melhores continuam protegendo igualmente com relação a todas as variantes. A questão é que, com maior transmissão, você tem uma maior chance de acabar se expondo a alguém que está infectado”, declara.
De acordo com o pesquisador, a melhor opção nesse momento são as máscaras do tipo PFF2/N95 que passam por uma certificação que comprova a eficácia em proteger contra o vírus.
Outra boa alternativa é a KN95, equivalente chinês da PFF2. O problema, segundo o pesquisador, é que estão sendo falsificadas e não se pode comprovar a sua validade em todos os casos.
Máscara e vacinação
“As vacinas são muito boas para evitar casos graves, hospitalizações e até óbitos. Mas elas têm uma eficácia um pouco menor para prevenir a infecção sintomática em si”, explica Mori.
O cientista diz que a variante Ômicron diminuiu consideravelmente o nível de proteção contra as infecções. “Nesse momento de maior circulação do vírus, seria importante continuar com o uso da máscara. Especialmente em ambientes internos, onde elas se tornam fundamentais, dando preferência para sempre para a PFF2”, declara o pesquisador.
Duas máscaras
Para Mori, usar duas máscaras é uma boa recomendação caso as alternativas melhores, como a PFF2 e KN95, não sejam acessíveis. “Lembrando sempre que quando a gente fala em utilizar duas máscaras é uma cirúrgica por baixo, que filtra bem, e uma de pano bem ajustada por cima para cobrir os vazamentos da versão cirúrgica. Não é exatamente qualquer duas máscaras que vão funcionar tão bem”, ressalta.
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