Sexóloga que acusa Edi Rock de estupro detalha encontro com o rapper

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Após acusar o rapper Edi Rock, integrante do Racionais MC’s, de estupro, a sexóloga Juliana Thaisa deu mais detalhes sobre o ocorrido e os supostos momentos de tensão que passou com o artista. Ele nega as acusações e diz que “passou a mão” no corpo da mulher de forma consensual.

Em entrevista ao portal G1, Juliana relata que Edi a agarrou, colocou as mãos por baixo de sua blusa, tocou em seus seios e nádegas, tentou abaixar sua calça e beijá-la à força. Tudo aconteceu, de acordo com ela, enquanto sua filha de 3 anos dormia no quarto ao lado.

De acordo com Juliana, ela sempre foi fã do grupo de rap, um dos mais respeitados do país, e começou a trocar mensagens com Edi Rock no Instagram após comentar uma foto do rapper.


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“Ele perguntou do meu trabalho, elogiou meu trabalho, trouxe questões da sexualidade dele. A gente foi falando sobre isso, até o momento em que ele passou a me elogiar e começou aquele climinha”, comentou ela.

“Em momento algum eu afirmei que me relacionaria com ele, mas, sim, eu queria uma aproximação. É uma pessoa que eu era fã, então é óbvio que eu queria conhecer, me aproximar dele”, completou.

Dia do encontro

Segundo a sexóloga, no dia do encontro, o músico ligou e avisou que estava próximo ao seu apartamento e perguntou se poderia “passar para dar um oi”. Sozinha com a filha, Juliana alega que se sentiu desconfortável com as reações do artista enquanto os dois falavam sobre o trabalho dela.

“Minha filha dormiu e eu já estava bem desconfortável. Então dei a deixa para ele ir embora”, diz ela, completando que Rock levou seu trabalho como sexóloga “para um contexto sexual”.

“Fui dar um abraço, mas um abraço de despedida, só com os braços. Em nenhum momento encostei meu corpo nele. Ele pegou com as duas mãos na minha bunda e me puxou pra perto dele”, diz ela.

“Tomei um susto e empurrei ele. [Falei] ‘Cara, você tá viajando, minha filha está aqui do nosso lado’. Ele falou: ‘Vamos para o banheiro’. Ele quis me levar para o banheiro à força. Foi me empurrando, eu fui empurrando de volta e [falando]: ‘Me solta, me solta’”, contou ela sobre a ocasião.

Perto do banheiro, o rapper teria encostado Juliana na parede e passado a mão pelo seu corpo, enquanto tentava beijá-la: “Quando aconteceu isso, eu abri a porta da minha casa e pedi para ele sair. Ele não quis sair de jeito nenhum.”

“Peguei o interfone para ligar para o porteiro e pedir ajuda. Nesse momento, ele perdeu o controle”, lembra ela. “Ele foi direto no meu aparelho de wi-fi e puxou os fios. Começou a falar: ‘Pode ligar’. Entendo que ele deduziu que peguei um telefone, e não o interfone.”

Ela diz que o rapper não quis sair de sua casa e, por isso, pegou a filha no colo e correu para o hall do prédio. Quando entrou no elevador, ele teria segurado a porta para que o elevador não descesse.

Neste momento, Juliana diz que conseguiu correr de volta para casa e chamar a polícia. A corporação encontrou Edi Rock dentro do carro estacionado em frente ao prédio, e o boletim de ocorrência foi registrado no dia seguinte.

“Quanto todo mundo foi embora, caí de joelhos do lado da minha filha, abracei ela e comecei a pedir perdão. Eu me senti muito culpada por ter deixado uma pessoa que não conhecia entrar na minha casa. Me senti responsável pelo risco que a gente correu”, lamentou.

Posicionamento de Rock

Juliana publicou um longo texto sobre o suposto ocorrido em suas redes sociais nessa terça-feira (21/6). De acordo com ela, o caso aconteceu há pouco mais de um ano, mas ela não quis expor para preservar a filha.

Em seu Twitter, Rock alegou inocência e disse que “já foi comprovado pela Justiça que [a acusação] é mentira”. Segundo ele, “os fatos expostos tornaram a narrativa apresentada ilegítima e caluniosa”.

À polícia, o rapper alega que, durante o encontro com a sexóloga, os dois ingeriram bebidas alcoólicas. De acordo com o depoimento, divulgado pelo G1, Edi convidou Juliana para se aproximar dele enquanto os dois conversavam, e ela teria, então, sentado em seu colo.

Ele diz que, quando passou a mão no corpo da mulher, ela “teve um surto e começou a falar que não”, logo em seguida saiu de seu colo.

Situação na Justiça

O Ministério Público arquivou o caso em outubro do ano passado. O promotor Pedro Fernandes Castelo Maciel aponta que os relatos e indícios colhidos durante o inquérito não permitem ter certeza se o crime ocorreu ou não.

Apesar da acusação de estupro feita por Juliana, a denúncia foi registrada pela polícia como um possível caso de importunação sexual.

Já Juliana afirmou, em seu Instagram, que vai tentar dar seguimento ao caso: “Eu não vou sossegar enquanto não reabrir esse inquérito. Eu não vou parar porque esse mano, ele não desrespeitou só a mim, ele desrespeitou a minha filha. E aí, parceiro, não tem conversa.”

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