Ex-ministra afirma que faz palanque para Bolsonaro no Distrito Federal
Em entrevista, a ex-ministra de Estado de Bolsonaro, Damares Alves fala sobre planos à candidatura ao Senado Federal, vínculos eleitorais e acusações.
Com residência em Brasília desde 1998, a ex-ministra reconhece a cidade como seu lar. Com apoio do Presidente Bolsonaro e da primeira-dama Michelle Bolsonaro, a candidata crê que o poder de decisão é da população do DF. “Eu quero uma política nova, que cuide das crianças. O orçamento da união precisa ser revisto. Sou totalmente contra o orçamento secreto”, afirma.
Sobre suas propostas para o Senado, Damares pretende reformar o código penal que está parado desde 2012, para ter amparo jurídico na luta contra o crime organizado. O planejamento também busca rever o sistema prisional brasileiro, com um sistema de trabalho e estudo de 12 horas por dia. O planejamento prevê a criação da 1ª Comissão Permanente da Infância, a análise das questões de imigração e a preservação dos povos tradicionais do país.
“Vou lutar para direcionar recursos ao DF e fazer o acompanhamento junto ao Governador eleito na execução do investimento”, afirma a candidata sobre os projetos para o Distrito Federal. Quando questionada sobre o Governador do DF Ibaneis Rocha, a candidata se diz alinhada com ele, mas que a administração do chefe de estado foi prejudicada pela pandemia. E por fim, cita que o Governador pode contar com ela no Senado em qualquer situação.
Quando questionada sobre não conhecer as necessidades de Brasília, Damares exclama: “Resido na capital há 24 anos e conheço as realidades daqui. Por ser pastora, acompanhei as igrejas no entorno e pude observar o nascimento de São Sebastião e Ceilândia. A Igreja tem o poder social de identificar os problemas que o povo enfrenta”.
Sobre as Casas Legislativas, a ex-Ministra expõe que o Senador deve garantir a democracia e que as decisões na casa impactam gerações, com a característica de carregar sabedoria e a presença de autoridades públicas com conhecimento a ser utilizado.
Com isso, a candidata revela seus planos “Avançar nas questões nacionais, como a liberdade e a briga de atribuições entre instituições. Para realizar isso, a minha experiência proporciona uma ampla visão política, principalmente pela passagem no Executivo, Judiciário e no Legislativo por 20 anos”.
Sobre o tema corrupção, a ex-ministra trata o assunto com empenho, e que deve ser objeto de disseminação a cultura do fim da corrupção e o zelo ao dinheiro público nas escolas e até mesmo nas ações do dia a dia.
Afirma também que a corrupção deve ser caracterizada como crime hediondo, mas que para tal fim, precisa fortalecer os órgãos de controle e fiscalização. O próximo passo é preparar os gestores das pastas com a intenção de ter eficiência no setor público.
A respeito da relação com a concorrente ao Senado, Flávia Arruda, a ex-Ministra demonstra respeito, mas manifesta “possuo mais ciência das decisões que o Senado deve tomar. Tenho propostas sólidas, mas vamos esperar a população decidir. Nas últimas pesquisas consegui empatar e crescer. É possível que a idosa, avó e mãe que ama, cuida e investe no futuro das crianças, vença”.
É notável o estreitamento de laços de Damares com Michele Bolsonaro, que se dá pelo compartilhamento na defesa de pautas revolucionárias, como as doenças raras e a inclusão de pessoas com deficiência. A partilha de temas pode gerar alianças necessárias para implementação no Senado e cuidar de interesses em comum.
No que se refere ao relacionamento com a primeira-dama, a pastora exprime “Fico contente que ela decidiu ficar comigo. A Primeira-dama é muito carismática e as pessoas amam e se identificam com a pessoa que ela é, coisa que nunca vi em outros governos. A presença dela tem peso muito grande no programa eleitoral”.
Sobre as eleições presidenciais, Damares comenta: “Eu quis fazer palanque para Bolsonaro, o que é totalmente legítimo. Todo lugar que vou, estou com a camisa do Presidente. Desejo que ele seja reeleito, pois o projeto de Brasil dele deu muito certo e deve continuar. Meu termômetro é o povo, e pela receptividade que vejo na rua com motociatas e encontros, Bolsonaro está muito bem-posicionado”.
Acusações
A matéria de Oswaldo Eustáquio que expõe suposto apoio de Damares à Alexandre de Moraes, a candidata explica: “Alexandre não me quer como senadora. Oswaldo é um blogueiro e sua esposa trabalhava comigo, mas foi necessário exonerá-la. Daí em diante, ele começou a me dirigir ataques. Ele que prove as acusações.”
Na gestão do ministério, a IstoÉ fez matéria acusando-a de beneficiar familiares de Michelle Bolsonaro em viagem com avião da Força Aérea. “Naquela ocasião fomos visitar um Instituto e participar de reuniões. Na volta, os familiares da Primeira-Dama estavam comigo pois eram membros do Pátria Voluntária. O caso passou pela Comissão de Ética, mas não tem nada irregular. Elas foram comigo para a atividade no Instituto, tudo comprovado”, esclarece ela.
Sobre a acusação de prevaricação contra a ex-ministra que o ministério onde presidiu, havia emitido nota sobre a decisão de vacinação das crianças, acusação que foi protocolada pela Deputada Maria do Rosário. O documento, obrigava os responsáveis a imunizar as crianças “Ela (Maria) mandou ao Ministério Público, mas foi arquivado pois não foi constatado prevaricação” explica Alves.
Outra acusação contra a ex-ministra foi o sequestro de uma criança indígena, que ela explana. “A família da Lulu, que me culpam de tomá-la, moram aqui no Gama, onde cuido de todos. A minha adoção com a Lulu é socioafetiva, pois na adoção de criança indígena a Funai deve se manifestar. Eu sou mãe de coração dela.”