Tarcísio tenta limitar influência bolsonarista à Segurança Pública

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São Paulo – O governador eleito Tarcísio de Freitas (Republicanos) iniciou a transição de governo em São Paulo tentando limitar a influência bolsonarista na futura administração paulista à Segurança Pública. A pasta é muito cobiçada — e não é a única — pelos aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) no estado.

A derrota de Bolsonaro na eleição presidencial desencadeou uma série de especulações sobre a nomeação de ministros e ex-ministros bolsonaristas para o secretariado de Tarcísio, que toma posse em janeiro de 2023.

Os mais citados são os ex-ministros Ricardo Salles (Meio Ambiente) e Mario Frias (Cultura), que se elegeram deputado federal pelo PL de Bolsonaro em São Paulo e ocupariam as mesmas pastas no governo Tarcísio.

O governador eleito já disse a aliados, contudo, que pretende montar um secretariado majoritariamente técnico e que não cederá às pressões da ala mais radical do bolsonarismo, que perderá centenas de cargos no governo federal com a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Ricardo Salles, Mario Frias e até mesmo outros bolsonaristas que estiveram ainda mais empenhados na campanha de Tarcísio, como a deputada federal Carla Zambelli (PL) não terão espaçço no primeiro escalão do governo, segundo pessoas próximas ao governador eleito.

A exceção é a área da Secretaria da Segurança Pública, que engloba a própria pasta sob a qual ficam vinculados os comandos da Polícia Militar e da Polícia Civil, e a Secretaria de Administração Penitenciária, que gerencia todos os presídios paulistas, dominados pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

Para o cargo de secretário da Segurança Pública o nome que desponta como franco favorito é o do deputado federal Capitão Derrite (PL), que já comandou um pelotão da Ronda Ostensiva Tobias de Aguiar (Rota), tropa de elite da PM paulista.

Além de bolsonarista, Derrite se aproximou bastante de Tarcísio durante a campanha eleitoral e tem apoio não apenas do deputado Eduardo Bolsonaro (PL), filho 03 do presidente da República, mas também dos irmãos José Vicente Santini, assessor de Bolsonaro, e Nelson Santini Neto, dono da empresa de segurança privada que fez escolta de Tarcísio na campanha.

Outra opção considerada para comandar a Segurança Pública no governo Tarcísio é o coronel Mello Araújo, que foi comandante da Rota durante o governo de Geraldo Alckmin (PSB) e foi nomeado por Bolsonaro para comandar a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) no atual governo.

A expectativa é de que os nomes dos primeiros secretários do futuro governo — são 23 secretarias — comecem a ser anunciados por Tarcísio ainda neste mês e a pasta da Segurança Pùblica deve ser uma das primeiras da lista.

Como o Metrópoles mostrou no início do mês, Tarcísio deve compor o chamado núcleo duro do seu governo com nomes técnicos com os quais trabalhou no governo Bolsonaro, quando foi ministro da Infraestrutura. O grupo tem sido chamado de “Turma de Brasília” por aliados do governador eleito em São Paulo.

Já a fatia do secretariado que será repartida entre os partidos aliados deve priorizar o PSD de Gilberto Kassab, fiador da candidatura de Tarcísio e responsável pela indicação do vice Felício Ramuth. Kassab e Ramuth devem assumir secretárias, além de Guilherme Afif, coordenador da transição, e Eleuses de Paiva, cotado para a Saúde.

O PSD também almeja o comando da cobiçada Secretaria de Transportes Metropolitanos, que controla o Metrô e os trens da CPTM. Já o Republicanos, partido de Tarcísio, pleiteia até três secretarias, entre elas a de Desenvolvimento Regional, enquanto o União Brasil, que só apoiou o governador eleito no segundo turno tenta manter aliados à frente da Habitação e dos Transportes.

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