São Paulo – Passadas as eleições deste ano, seis dos 55 vereadores da Câmara Municipal de São Paulo vão deixar o Parlamento paulistano para assumir cadeiras na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) ou na Câmara dos Deputados, em Brasília.
Todos se elegeram em outubro e vão abrir mão de seus mandatos de vereador a partir de fevereiro, liberando vagas para seis suplentes que atuarão na Câmara Municipal na metade final do mandato, que vai até 2024, quando ocorrerá nova eleição para vereador e prefeito.
A maior parte dos vereadores que deixam a Câmara é do PT: Eduardo Suplicy e Antonio Donato irão para a Alesp, enquanto Juliana Cardoso irá para a Câmara dos Deputados. Para Brasília também irão Erika Hilton (Psol), Felipe Becari (União) e Delegado Palumbo (MDB).
Veja abaixo quem assume as cadeiras deixadas por eles pelos próximos dois anos:
Dr. Nunes Peixeiro (MDB)
Advogado, Francisco Nunes Sobrinho tem 51 anos e ocupava vaga de chefe de gabinete na Subprefeitura de Cidade Tiradentes por indicação de seu partido. Ele ocupará a vaga de Delegado Palumbo (MDB).
O futuro vereador é cabo eleitoral de políticos há 20 anos e chegou a ser funcionário da Alesp entre 2013 e 2016. Como cabo eleitoral, ele organiza um campeonato de futebol que leva seu nome e recebe apoio do vereador George Hato (MDB).
Nunes Peixeiro é natural de Serra Grande, na Paraíba. Em São Paulo, montou uma peixaria na comunidade de Heliópolis e adotou o sobrenome “peixeiro”, mas atualmente é dono de uma empresa de distribuição de gás.
Jussara dos Santos – Coletivo Mulheres Sem Teto (Psol)
O cargo de Erika Hilton, primeira mulher trans eleita vereadora na cidade, será ocupado por Jussara dos Santos, que se elegeu em um mandato coletivo oriundo do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Ela declarou à Justiça Eleitoral em 2020, quando se canditou, não possuir nenhum bem.
Jussara Basso dos Santos, de 47 anos,é a única mulher e única entre os suplentes eleitos a se declarar negro. Militante política, ela vinha trabalhando como assessora parlamentar da deputada estadual Isa Pena (Psol) na Assembleia Legislativa.
José Police Neto (PSD)
José Police Neto foi vereador por quatro mandatos consecutivos e chegou a ser presidente da Câmara durante a gestão de Gilberto Kassab (PSD) na Prefeitura. Ele não havia conseguido se reeleger para o quinto mandato em 2020 e estava ocupando cargo de secretário da Saúde da cidade de Santo André, no ABC.
Formado em ciências sociais, começou a carreira política como funcionário do PSDB na Assembleia Legislativa, e chegou a ser presidente do partido antes de migrar para o PSD em 2011, quando Kassab fundou a legenda.
Hélio Rodrigues (PT)
Ex-coordenador-geral do Sindicato dos Químicos de São Paulo e militante petista, Hélio Rodrigues de Andrade tem 53 anos, é natural de São José do Paraíso (MG) e obteve 20.576 votos nas eleições. Já havia, sem sucesso, o mesmo cargo em 2016. Ele assume a vaga de Antonio Donato, que deixará a Câmara em março.
Manoel del Rio (PT)
O advogado Manoel del Rio Blas Filho, de 75 anos, entra na Câmara no lugar do vereador mais votado de São Paulo, Eduardo Suplicy (PT). Del Rio é militante político desde a luta pela redemocratização e assessor jurídico da Frente de Luta por Moradia, organização que mantém ocupações de prédios vazios no centro por moradores sem teto. Ele já havia sido eleito suplente nas eleições passadas e chegou a tomar posse como vereador por 30 dias, quando Antonio Donato teve de se licenciar.
Reis (PT)
Paulo Batista dos Reis, de 61 anos, era vereador no mandato passado e filiado ao PT desde a década de 1990. Foi funcionário da extinta Companhia Municipal de Transportes Coletivos (CMTC), onde iniciou a carreira politica a partir de atividades sindicais, e professor da rede estadual. No PT, ele foi funcionário do gabinete do ex-presidente do partido, Rui Falcão. Ele entra na vaga de Juliana Cardoso.
Reis deve ficar no cargo por apenas um mês, uma vez que ele foi eleito deputado estadual e deve assumir o cargo em março. Quando fizer isso, a cientista política Luna Zarattini deve assumir o mandato na Câmara.
Há expectativa ainda de que outro vereador do PT, Alfredinho, também deixe a Câmara em 2023. Ele ficou em terceiro lugar na lista dos suplentes do PT na Câmara dos Deputados.
Como existem chances de alguns deputados federais eleitos serem chamados para cargos no primeiro e segundo escalões da gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os petistas paulistanos avaliam que mais uma vaga seja aberta na Câmara Municipal.
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